quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

COMPLACÊNCIA

         “Não digas: Como ele me fez a mim, assim lhe farei a ele. Pagarei a cada um segundo a sua obra.” Pv 24 v 29.
Compadece-te de quem desconhece as leis do perdão; confere com ele o lugar que lhe ocupa, e sente que não deves julgá-lo. A indulgência é norma divina que deve dominar o coração.
Nunca digas a ninguém: ferir-te-ei com o mesmo ferro com que me feriste. Eis que, no tocante ao bem, podes dizer: amar-te-ei do mesmo tanto que me amas, ou: dar-te-ei em dobro a paz que me ofertaste.
Sê como o frasco de essências, que perfuma o ambiente da mão que o quebrou, e aromatiza o rosto, também, de quem o destampou.
A justiça, tomando a forma de vingança, desmerece a dignidade.
Cobrar multas aos infratores da lei não é lei dos sentimentos; é disciplina para quem desrespeita a paz alheia.
E não se importar com o bem-estar social é também impulso do egoísmo.
Quem troca murros está na mesma dimensão da violência.
Se alguém te ofendeu, por palavras ou obras, digna-te em tolerar, pensa no que deves responder e, se falares, fala com brandura. Mesmo sofrendo é bom que ensines o amor.
O primeiro impulso do ofendido é ofender. Contudo, a mão que bate sofre o impacto da pancada, porque está ligada ao corpo. Perdoa, pois, que a natureza se encarrega da justiça, sem que você lhe peça. No lugar da revolta, abençoa o ignorante.
A benevolência desarma o caluniador, e desperta-o para a fraternidade.
Se não te sentes bem no esquecimento das faltas para consigo, se ainda há algo dentro de ti remoendo pela injustiça que lhe fizeram, se a calúnia ascendeu o fogo do ódio em teu mundo íntimo, apela para o socorro da oração. Depois dela, se te sentires meio atordoado, sem condições de te reergueres, procura amigos da tua confiança, e conversa, sem alarde, que Deus e Cristo te ajudarão por meio deles.
O amor, na Terra, é justiça, e a justiça, no céu, é amor.
O perdão veio colocar em dificuldades a justiça, mas é para quem não tem olhos de ver. Ninguém recebe o que não merece.
Se já conheces a Cristo, os teus caminhos são outros: quando ferido, não firas; quando injuriado, não injuries; quando ofendido, não ofendas; quando perseguido, não persigas; quando odiado, não odeies, porque vives em um mundo diferente daquele que precisa de corrigendas pela força, porque vibras em um intenso amor, por Deus e por tudo.
A tua conduta cristã poderá desmanchar, sem precisar da palavra, as más idéias formadas a teu respeito.
Pelo Espírito: CARLOS
Psicografia: JOÃO NUNES MAIA
Do livro: TUAS MÃOS

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