terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Na grande barreira

Reunião pública de 19/6/59
A crônica terrestre costuma anotar esse ou aquele acontecimento em torno da morte dos chamados “grandes do mundo”.
Carlos 5º, da Espanha, soberano de vasto império, termina os seus dias na penumbra do claustro, experimentando o féretro que lhe carrearia o corpo para o sepulcro, à feição de obsesso vulgar.
Elisabeth 1º, da Inglaterra, depois de manobrar largamente o poder, separa-se do trono, rogando, desesperada:
– “Senhor, Senhor, cedo todo o meu reino por um minuto a mais de vida! “
Moliére tem os próprios restos sentenciados ao abandono.
Napoleão, o estrategista coroado imperador, plasmou com punhos de bronze o temor e a admiração em milhões de súditos, mas não soube guerrear o câncer que lhe exauriu a força vital na solidão de Santa Helena.
Comte, o fundador do Positivismo, superestimando o próprio valor, grita, desapontado, perante a fronteira de cinza:
– “Que perda irreparável!”
Mas assim como os reis e os conquistadores, os filósofos e os artistas se despedem da autoridade e da fama, legiões de criaturas, de todas as procedências e condições, deixam a Terra, todos os dias.
Despojadas dos empréstimos que lhes honorificavam a existência, ante a grande libertação guardam somente o resultado das próprias obras.
Nem posses, nem latifúndios...
Nem títulos, nem privilégios...
Nem armas, nem medalhas...
Nem pena que fira, nem tribuna que amaldiçoe...Nem depósitos bancários, nem caderneta de cheques na mortalha sem bolso...
Imobilizam-se e dormem...
E acordam buscando os planos em que situaram os sentimentos, dando a impressão de estranha ornitologia, nas esferas do espírito.
Almas nobres e heróicas renascem da letargia, quais pombos viandeiros, remontando à glória do firmamento.
Corações dedicados à virtude e à beleza recobram a atividade como andorinhas, sequiosas da primavera.
Preguiçosos despertam, copiando o insulamento das corujas
que se aninham na escuridão.
Viciados e malfeitores diversos ressurgem, à maneira de abutres, espalhando entre os homens os germens da peste.
Faladores impenitentes reaparecem, de praça em praça, a repetirem solenemente conceitos que lhes vibravam na pregação sem obras, lembrando a gritaria inconseqüente do bem-te-vi.
Homicidas e suicidas, semelhantes a marrecos desavisados, reabrem os olhos nos abismos serpentários a que se arrojam por gosto.
Não te esqueças, assim, de que terás também a boca hirta e as mãos enregeladas, na grande noite, e acende, desde agora, a luz do bem constante, na rota de teus dias, para que a sombra imensa te não furte ao olhar a visão das estrelas.
Livro: Religião de Espíritos
Espírito: Emmanuel
Médium: Chico Xavier.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Separação da alma e do corpo
159. Que sensação experimenta a alma no momento em que reconhece estar no mundo dos Espíritos?
Resposta: Depende. Se praticasse o mal, impelido pelo desejo de o praticar, no primeiro momento te sentirás envergonhado de o haveres praticado. Com a alma do justo as coisas se passam de modo bem diferente. Ela se sente como que aliviada de grande peso, pois que não teme nenhum olhar perscrutador.

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