domingo, 9 de junho de 2013

Oração no dia dos mortos

Reunião pública de 2/11/59
Senhor Jesus!
Enquanto nossos irmãos na Terra se consagram hoje à lembrança dos mortos-vivos que se desenfaixaram da carne, oramos também pelos vivos-mortos que ainda se ajustam à teia física...
Pelos que jazem sepultados em palácios silenciosos, fugindo ao trabalho, como quem se cadaveriza, pouco a pouco, para o sepulcro;
Pelos que se enrijeceram gradativamente na autoridade convencional, adornando a própria inutilidade com títulos preciosos, à feição de belos epitáfios inúteis;
Pelos que anestesiaram a consciência no vício, transformando as alegrias desvairadas do mundo em portões escancarados para a longa descida às trevas;
Pelos que enterraram a própria mente nos cofres da sovinice, enclausurando a existência numa cova de ouro;
Pelos que paralisaram a circulação do próprio sangue, nos excessos da mesa;
Pelos que se mumificaram no féretro da preguiça, receando as
cruzes redentoras e as calúnias honrosas;
Pelos que se imobilizaram no paraíso doméstico, enquistando-se no egoísmo entorpecente, como desmemoriados, descansando no espaço estreito do esquife...
E rogamos-te ainda, Senhor, pelos mortos das penitenciárias que ouviram as sugestões do crime e clamam agora na dor do arrependimento;
Pelos mortos dos hospitais e dos manicômios, que gemem, relegados à solidão, na noite da enfermidade;Pelos mortos de desânimo, que se renderam, na luta, às punhaladas da ingratidão;
Pelos mortos de desespero, que caíram em suicídio moral, por desertores da renúncia e da paciência;
Pelos mortos de saudade, que lamentam a falta dos seres pelos quais dariam a própria vida;e por esses outros mortos, desconhecidos e pequeninos, que são as crianças entregues à via pública, exterminadas na vala do esquecimento...
Por todos esses nossos irmãos, não ignoramos que choras também como choraste sobre Lázaro morto...
E trazendo igualmente hoje a cada um deles a flor da esperança e o lume da oração, sabemos que o teu amor infinito clarear-nos-á o vale da morte, ensinando-nos o caminho da eterna ressurreição.
Livro: Religião dos Espíritos.
Emmanuel / Chico Xavier.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Igualdade perante o túmulo
823. Donde nasce o desejo que o homem sente de perpetuar sua memória por meio de monumentos fúnebres?
Último ato de orgulho.
823a) - Mas a suntuosidade dos monumentos fúnebres não é antes devida, as mais das vezes, aos parentes do defunto, que lhe querem honrar a memória, do que ao próprio defunto?
Orgulho dos parentes, desejosos de se glorificarem a si mesmos. Oh! Sim, nem sempre é pelo morto que se fazem todas essas demonstrações. Elas são feitas por amor-próprio e para o mundo, bem como por ostentação de riqueza. Supões, porventura, que a lembrança de um ser querido dure menos no coração do pobre, que não lhe pode colocar sobre o túmulo senão uma singela flor? Supões que o mármore salva do esquecimento aquele que na Terra foi inútil?
Minha pequena contribuição: Todo dia é dia de lembrar e orarmos por aqueles que amamos; eles apenas mudaram de plano, fizeram a viagem primeiro que nós, para a nossa verdadeira pátria, o mundo espiritual, de onde viemos e um dia a eles todos nós retornaremos. Nossos pensamentos chegam a eles em forma de luz e com o aroma de nossa afetividade. Pense Nisto! Antônio Ramos.

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