quarta-feira, 9 de outubro de 2013

OBSESSORES

“A obsessão apresenta caracteres diversos, que é preciso distinguir e que resultam do grau do constrangimento e da natureza dos efeitos que produz. A palavra obsessão é, de certo modo, um termo genérico, pelo qual se designa esta espécie de fenômeno, cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.” (O LIVRO DOS MÉDIUNS – Allan Kardec, 2ª parte, Capítulo 23º — Ítem 237).
Efetivamente há muitos tipos de obsessores, inumeráveis formas de obsessão.
Não somente pela constrição violenta de um desencarnado sobre outro encarnado.
Não apenas provocada pelos habitantes da Erraticidade.
Obsessor, em bom vernáculo, é todo aquele que causa obsessão, que perturba, que inquieta.
O amor pervertido é obsessor impiedoso.
A maledicência contumaz é corrosivo aniquilante.
O egoísmo vigoroso é verdugo cruel.
A impiedade treda é inimigo fementido.
O despotismo inexorável é companheiro da loucura.
A revolta permanente é sequaz da morte.
O ódio ominoso é précito infeliz.
A avareza mesquinha é algoz hórrido.
O vício de qualquer natureza é comparsa mefítico.
A fraqueza moral é vassalo da destruição.
Obsessão por dinheiro.
Fascinação pelo sexo.
Subjugação ao prazer.
Loucura pela posse.
Muitos pensamentos cruzam o éter, na esfera dos homens, estabelecendo contato entre pessoas encarnadas em processos de terrível obsessão.
Idéias fixas que ressumbram dos escaninhos da consciência culpada de ontem supliciam e azorragam, enredando outros comensais do sofrimento em conluios nefandos, de libertação problemática.
Permutas psíquicas em forma de viciação dão vida a larvas e formas mentais lamentáveis que intercambiam alimentadas por ondas-pensamento poderosas...
E além destas, as obsessões geradas pelos espíritos desnudados da carne, aumentam os problemas afligentes que fazem parte da agenda dos homens, dando largas à alienação que campeia desenfreada.
Há, no entanto, na Doutrina Espírita, antídotos valiosos para quaisquer modalidades obsessivas, para todos os obsessores.
Ao apelo do Cristo, o discípulo encontra as armas necessárias para enfrentar os embates da via redentora.
A prece é armadura indestrutível.
O amor desinteressado nas suas manifestações fraternas converte os braços em asas da caridade para o vôo aos Cimos da Vida. 
A paciência oferece medicamento eficaz.
E o conhecimento das verdades espirituais enseja robustez de ânimo e fé, conduta ilibada e renovação para o bem, que servem de base à saúde e ao comportamento cristão e salvador.
Exemplifica, pois, sempre e a cada instante, o conhecimento espírita, que borda o teu espírito de alegrias ante as alvíssaras da felicidade perfeita.
Espiritismo é também tratado de sublimação do Espírito.
Modesto ato de humildade projeta luz estelar nas sombras de mentes entenebrecidas que te espreitam.
Singelo gesto de amor representa baga de esperança aos que têm fome de compreensão.
Não menosprezes as migalhas cristãs que são exórdios do teu futuro cabedal de ações santificantes. Minúsculo pólen é agente da vida.
Humilde gota de essência esparze aroma em derredor.
Se pretendes a montanha altaneira começa a ascensão pela base, acostumando-te lentamente às alturas.
Escuta a voz do sofrimento nos corações alheios e não negues a tua escudela de bondade cheia de entendimento.
O Mestre, antes de alçar-se à glória estelar, lecionou, utilizando um grão de mostarda, uma insignificante moeda, uma figueira estéril, uma ovelha desgarrada...
Escutou, paciente, os problemas corriqueiros que afligiam o povo e revelou-lhes terapêutica precisa para os diversos males...
Verberou, inconcusso, os abusos de toda natureza e o crime, no entanto, sempre magnânimo, não separou a cordura da energia nem a bondade do amor.
Sábio e humilde silenciou no Pretório a própria defesa, todavia erguera muitas vezes a voz para instruir o fraco e oprimido, clareando as mentes e os corações com a luz dos seus ensinos libertadores de obsessão e obsessores, fazendo-nos o precioso legado de uma Doutrina de ação sem florilégios verbais ou inflamada retórica vazia...
Livro: Espírito e Vida.
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco

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