quarta-feira, 3 de outubro de 2018

CONCURSO ESPIRITUAL - Richard Simonetti.

A expressão  "desligamento" define  bem  o  processo desencarnatório. Para que  o  Espírito  libertese deve  ser  desligado do corpo físico, já que permanecemos jungidos a ele  por  cordões fluídicos  que sustentam  nossa  comunhão  com  a  matéria.
Observadas  as  necessidades  de  especialização,  como  ocorre  em qualquer  atividade  humana, há  técnicos  que  se  aproximam do desencarnante, promovendo, com  recursos  magnéticos, sua  liberação.
Somente  indivíduos muito evoluídos, com  grande  desenvolvimento  mental e  espiritual, prescindem  desse  concurso. Isso  significa  que sempre  contaremos com ajuda especializada na grande transição, a par da presença de amigos e familiares que nos antecederam.
Naturalmente, o apoio maior ou menor da Espiritualidade está subordinado aos méritos do desencarnante. Se virtuoso e digno merecerá atenção especial e tão logo seja consumada a desencarnação será conduzido a  instituições  assistenciais  que  favorecerão  sua  readaptação  à Vida Espiritual.
Já os que se comprometeram com o vício e o crime, despreocupados da disciplina e do discernimento, serão desligados no momento oportuno, mas permanecerão entregues à própria sorte, estagiando por tempo indeterminado  no Umbral, faixa  escura  que  circunda a  Terra, formada  pelas vibrações mentais de  multidões de  Espíritos encarnados e desencarnados dominados, ainda, por  impulsos  primitivos de animalidade.
A tradição religiosa  consagrou a  extrema  unção, em  que um oficiante, com ritos e rezas, promove a absolvição do moribundo, em relação aos seus pecados, antecedida, sempre  que possível, da confissão, garantindolhe um ingresso feliz no Além.
No  entanto, a  realidade mostrada  pela  Doutrina  Espírita  é  bem  diferente. Fórmulas  verbais  e ritualísticas  não têm repercussão nenhuma nos domínios da Morte.
O mesmo  ocorre com o arrependimento formal, que reflete muito mais  temor  das  sanções  alémtúmulo  do que  a  consciência  da  própria indigência espiritual.
O filho pródigo, na  inesquecível parábola  de  Jesus, permaneceu  à  distância  do conforto  do lar, em angustiante situação, até  que  "caiu  em si", reconhecendo que  vivia miseravelmente, enfrentando privações que não existiam nem mesmo para os servos mais humildes na casa paterna.
Dispôsse, então, a encetar a longa jornada de retomo. Para surpresa  sua, foi recebido com júbilo imenso por seu pai.
Filhos  de  Deus, criados  à  Sua  imagem e semelhança, dotados de  Suas  potencialidades  criadoras, intrinsecamente  destinados  ao  Bem, candidatamonos  a  longos  estágios  em regiões de sofrimento, alémtúmulo, sempre que nos comprometamos  com  o Mal, até  que, à semelhança  do filho pródigo, reconheçamos  nossa  miséria  moral e, sinceramente  contritos,  retomemos  aos  caminhos  do Senhor,  iniciando laboriosa jornada de renovação.
Livro: QUEM TEM MEDO DA MORTE?
Richard Simonetti.

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