terça-feira, 19 de março de 2019

CONSCIÊNCIA DO ERRO - Richard Simonetti.

O conhecimento  espírita  tem evitado que  muitas  mulheres comprometamse no aborto  provocado, esse  "assassinato  intrauterino", mas  constitui, também, um  tormento  para  aquelas  que  o  praticaram. Medo, remorso,  angústia, depressão, são  algumas  de  suas reações.
Naturalmente  isso  ocorre sempre  que somos  informados  do que nos espera em face de um comportamento desajustado. No entanto, equivocados estão os que pretendem ver  na  Doutrina  Espírita  a  reedição  de  doutrinas  escatológicas  fustigantes e anatematizadoras.
Estribandose  na  lógica  e  no raciocínio  e  exaltando  a  liberdade  de  consciência, o  Espiritismo  não condena    esclarece; não ameaça – conscientiza. E muito mais que revelar  o mal que há no homem, tem por objetivo ajudálo a encontrar  o Bem. Espíritos imaturos, comprometidos com leviandades e  inconsequências, somos  todos, ou não estaríamos  na  Terra, planeta  de  expiação  e provas. Pesa  sobre  nossos ombros  o  passado delituoso, impondonos experiências dolorosas. Nem  por isso devemos atravessar a existência cultivando complexos  de culpa.
O que  distingue  a  mulher  que  praticou o  aborto  é  apenas uma localização no tempo. Ela se  comprometeu hoje, tanto  quanto  todos  nos  comprometemos  com  males  talvez  mais graves, em vidas anteriores. E se muitos  estão resgatando seus  crimes  nas  grades  do sofrimento, com  cobrança  rigorosa  da  Justiça  Divina, simplesmente  porque  nada  fizeram  a respeito, há  que  se  considerar a possibilidade de nos redimirmos com o exercício do Bem.
"Misericórdia  quero e  não sacrifício" diz  Jesus, lembrando o profeta Oséias (Mateus, 9;13), a demonstrar que  não precisamos  nos  flagelar  ou esperar  que a  Lei Divina  nos  flagele para resgate de débitos. O exercício da misericórdia, no empenho do Bem, oferecenos opção mais tranquila.
A mulher  que  cometeu  o  crime do aborto  pode  perfeitamente renovar seu destino dispondose a trabalhar em favor  da  infância  desvalida, em iniciativas  como  adoção  de  filhos, socorro  a  crianças  carentes, trabalho  voluntário  em creches, berçários ou orfanatos... Seu  empenho  nesse  sentido proporcionarlheá  preciosa  iniciação  nas  bênçãos  da  Caridade  e  do  Amor, habilitandoa  à renovação  e  ao reajuste, sem traumas  e sem tormentos.
Livro: QUEM TEM MEDO DA MORTE?
Richard Simonetti.

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