quarta-feira, 20 de março de 2019

Terapia de Vida Passada - Adenáuer Novaes.

O uso da terapia da vida passada para pessoas com problemas psicológicos tem-se expandido geometricamente nos anos recentes, no Brasil e, principalmente, nos Estados Unidos. Muitos terapeutas têm recorrido a essa técnica para tratar seus pacientes. Milhares deles que tiveram uma regressão às vidas anteriores foram, de alguma forma, auxiliados na compreensão e solução de seus problemas psicológicos. Estas informações mostraram um padrão claro que tem sido reiterado com persistência.
Ao pedir a um paciente para voltar a uma experiência anterior, à qual pode estar relacionada ou causando o problema psicológico a ser avaliado, o terapeuta poderá não se interessar se tal experiência anterior pode ter-se originado na existência atual (na infância ou na vida intra-uterina) ou em vidas passadas.
Não lhe importa, em princípio, para seu trabalho, a época, pois lhe interessa a cura do problema. O paciente poderá voltar a uma vida anterior e observar alguma experiência, normalmente traumática ou de morte, tais como: afogamento, morrer queimado, morrer em acidente de automóvel, cair de um lugar alto, ou outro tipo de cena mortal.
Com isso não se quer dizer que não se possa lembrar também de outras experiências que foram ditosas. Em princípio qualquer acontecimento do passado pode ser relembrado. Mais facilmente são lembrados aqueles que possuem uma carga energética emocional maior e que não têm nenhum mecanismo impedindo sua lembrança, oriundo de processos mentais patogênicos ou protetores de lembranças desagradáveis. As experiências vividas com muita emoção são mais facilmente relembradas.
O terapeuta poderá aliviar consideravelmente o paciente ou, talvez, curá-lo completamente se, em primeiro lugar, de forma cautelosa, reconduzi-lo através da sua experiência anterior, repetidamente, até o momento anterior ao trauma experimentado. que elimine os complexos, principalmente o de culpa. A lembrança do passado é a ponta do “iceberg” da terapia. É ali que ela começa. Dificilmente será seu termo.
Essas sessões de terapia produzem informações consideráveis do que parece ter sido a experiência anterior. Levam o paciente às suas memórias emocionais de uma existência anterior ou de experiências da vida intra-uterina, ou mesmo à sua infância e que, após serem trabalhadas, aliviam os sintomas do problema na maioria dos pacientes.
Stevenson (1977), que se dedicou à pesquisa que envolvia lembrança espontânea em crianças e foi um crítico severo dos dados obtidos através de Regressão à Vida Passada, escrevia:
“Apesar de tudo, os poucos resultados substanciais de uso da hipnose em tais experiências justificam uma exploração mais extensiva da técnica com melhor controle.” Tal afirmação, não só reflete a importância que ele dava à pesquisa feita pelo método hipnótico, como também aos casos de espontaneidade na lembrança. Sua crítica se baseava nas possibilidades de interferência do operador na hipnose. O que não ocorria nos casos espontâneos.
As pesquisas de Regressão e de Terapia de Vidas Passadas poderiam ser uma expansão e refinamento da pesquisa de Wambach, se fossem feitas questões mais específicas e detalhadas acerca da experiência da morte. Os resultados obtidos nessas pesquisas quando comparados aos obtidos nas Experiências de Quase Morte, poderiam revelar aspectos relevantes às atividades no período entre duas vidas, à tomada de decisões, ao papel dos “guias espirituais”, ao processo de decisão do retorno, ao conhecimento adquirido, anterior à entrada no feto, à perda de memória (esquecimento do passado) – quando e como se dá a comunicação com a mãe e/ou pai antes e/ou durante a gravidez, bem como a outros aspectos intervenientes no processo evolutivo do ser humano.
Observo uma tendência de se utilizar a regressão de memória exclusivamente com finalidade terapêutica em detrimento da área de pesquisa. Tal utilização exclusiva levará a incorreções e riscos no uso da técnica. A falta de experimentos controlados, de estudos mais profundos sobre a hipnose e suas conseqüências que não são levadas em consideração nas terapias, poderá confundir seus usuários. O desconhecimento das interferências espirituais é outro fator preocupante no uso da técnica regressiva.
Seria conveniente uma discussão ampla do método sem os preconceitos acadêmicos.
Livro: Reeencarnação: Processo Educativo.
Adenáuer Novaes.

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