terça-feira, 19 de março de 2019

Vida Antes da Vida e Regressão à Vida Passada - Adenáuer Novaes.

Helen Wambach (1982) fez um relatório com mais de 1.000 casos de pessoas que retornaram (geralmente através da hipnose em grupos de regressão) à experiência do nascimento e antes deste. Um padrão desenvolveu-se nitidamente, devido aos relatos destes indivíduos, mostrando uma consistência considerável.
Em muitos casos, o indivíduo lembrou-se de uma vida prévia e do tempo entre as vidas. Dr.ª Helen confrontou os dados obtidos na compilação dos relatórios feitos pelos seus sujeitos com as informações históricas. Verificou que os dados obtidos na consolidação das informações de seus pacientes estavam rigorosamente de acordo com os existentes nos compêndios de História. Os relatos de seus pacientes foram obtidos em cidades espalhadas dos Estados Unidos e sem que as pessoas tivessem qualquer conhecimento umas das outras.
Por vezes, seus sujeitos também se lembravam que hesitaram em voltar à terra, a um novo corpo, para uma outra experiência, geralmente devido às circunstâncias agradáveis do outro lado, que eles tinham relutância em abandonar – especialmente quando se apercebiam das muitas dificuldades que iriam encontrar pela frente na experiência terrestre. Estes dados indicavam também, que há guias do outro lado, e que, se lhes for solicitado, ajudam ao espírito a tomar uma decisão acerca de retornar. Embora, nem sempre a escolha é possível ao espírito que se vê, por vezes, obrigado a reencarnar e a enfrentar processos educativos difíceis. Nesses casos o determinismo prevalecerá devido a escolhas feitas em vidas anteriores, que exigem o necessário processo educativo obrigatório.
Usando o mesmo padrão de regressão de grupo, como para Vida Antes da Vida, Wambach (1978) pedia aos participantes para voltarem no tempo e irem a datas específicas, e observarem coisas bem definidas, tais como: o ambiente físico, as roupas usadas, a alimentação, e os utensílios e pratos comuns à época, bem como outros aspectos relevantes ocorridos e que pudessem ser lembrados. Estes dados mostraram padrões consistentes no que diz respeito a muitas das questões que foram postas. Um dado interessante obtido, foi quanto a incidência do tipo de sexo (gênero) experienciado pelo sujeito nas suas diversas encarnações relembradas. Do seu livro extraí o seguinte trecho sobre o assunto:
“Refleti que eu precisava, pelo menos, de um fato biológico acerca do passado que me facultasse a conferência dos meus indícios. Eu sabia que em qualquer fase pretérita, mais ou menos a metade da população era masculina e a outra metade, feminina. Decidi verificar cada período de tempo e determinar quantas regressões tinham redundado em vidas masculinas e quantas tinham resultados em vidas femininas.
Se a rememoração de existências passadas fosse mera fantasia, seria de esperar que preponderassem as masculinas: os estudos mostram que o cidadão comum, em se lhe oferecendo a possibilidade de escolher, optaria por viver como homem.
Contra a probabilidade de que a fantasia produziria maior número de sujeitos masculinos, havia o fato de que 78% dos meus sujeitos no primeiro grupo de seminários eram mulheres.
Seria acaso possível que as mulheres preferissem ser mulheres numa vida pregressa?
Assim sendo, muitos imponderáveis gravitavam em torno da questão do sexo que seria escolhido numa vida passada. Não obstante(...) meus dados são concludentes. Sem levar em consideração o sexo que têm na vida atual, ao regressar ao passado, meus sujeitos se dividiram precisa e uniformemente em 50,3% de homens e 49,7% de mulheres.” (Recordando Vidas Passadas - p. 104/105) Surpreendente como a informação obtida pela eminente doutora vai ao encontro do conteúdo constante em O Livro dos Espíritos, como no comentário de Allan Kardec às questões 200 a 202:
“Os Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo. Visto que lhes cumpre progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes proporciona provações e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganharem experiência. Aquele que só como homem encarnasse só
saberia o que sabem os homens.”
Comparando esse dois textos surge uma possível divergência, creditável à cultura dos sujeitos da Dr.ª Wambach. Se espíritos não têm sexo, como afirmam os espíritos, ou pelos menos o possuem, porém de uma forma que não compreendemos, por que preferiria o espírito nascer homem ou nascer mulher? Se não têm sexo, pelo menos possuem noção de sexo semelhante a que possuímos, pois têm preferência sexual bem definida.
A pesquisa de Vida Antes da Vida, por Wambach, poderia ser expandida para ganhar maior aprofundamento. Poder-se-ia colecionar casos de estudos de terapeutas tendo um conjunto de questões para perguntar, quando surgisse a oportunidade, sem comprometer/afetar o cliente. Imaginemos se os profissionais que utilizam as mesmas técnicas da doutora Wambach, se unissem em torno de historiadores na procura de uma nova abordagem dos fatos históricos? A história poderia ser reescrita. Os casos de
consultório poderiam ser escritos e encaminhados ao Conselho Regional de Psicologia ou a outro órgão que reunisse estudiosos no assunto, para análise e confronto, bem como para o estabelecimento de novos conhecimentos.
Nos seus dois excelentes livros, a Drª. Wambach traz, inequivocamente, provas à veracidade da reencarnação. A Psicologia fica com a palavra. Sua reciclagem como ciência não pode prescindir dos conceitos de reencarnação para sua própria integridade. Dos trabalhos dela, retiro as considerações sobre a possibilidade do gradiente energético. Seu método de modificação da ciclagem cerebral suscitou-me estudos sobre as cargas energéticas dos conteúdos inconscientes. Tais conteúdos possuem, para cada encarnação, vibração específica. Dentro de uma mesma encarnação, cada lembrança tem sua freqüência própria.
Alterando-se aquela ciclagem, permite-se a conexão com a freqüência específica no inconsciente.
Livro: Reencarnação: Processo Educativo.
Adenáuer Novaes.

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