terça-feira, 30 de junho de 2015

Biografia - A vida de Chico Xavier

Francisco Cândido Xavier, mais conhecido como Chico Xavier, nasceu em Pedro Leopoldo, pequena cidade do estado de Minas Gerais, no dia 02 de Abril de 1910. Filho de operário pobre e inculto, João Cândido Xavier, e de uma lavadeira chamada Maria João de Deus, Chico perdeu a mãe em 1915, quando tinha apenas 5 anos de idade
O pai, passando por dificuldades, entregou alguns de seus nove filhos aos cuidados de amigos e parentes. Nos dois anos seguintes, Francisco foi criado pela madrinha e antiga amiga de sua mãe, Rita de Cássia, que pelas conhecidas histórias, surrava e maltratava o menino Chico, que numa demonstração de bondade, sempre dizia que ela era uma senhora boa, mas que tinha uma “necessidade” de surrá-lo.
Foi nessa época, que ele teve o primeiro contato com a mãe, enquanto orava no quintal da madastra. Sua mãe pediu-lhe que aguentasse os maus tratos, pois D. Ritinha era sua instrutora, de modo que ele deveria amá-la, já que ela o tornaria forte para as batalhas que enfrentaria.
Devido aos contatos com o mundo espiritual, em especial, com sua mãe, Chico Xavier era muitas vezes incompreendido, sendo tachado de possuído e sofreu muito por isso, tendo passado por várias provações. E apesar de tudo, ele mantinha uma intensa calma e benevolência com as pessoas, mesmo quando elas o tornavam motivo de chacota.
Quando Chico Xavier tinha nove anos, seu pai casou-se novamente com Cidália Batista, uma mulher boa e caridosa, que insistiu em juntar todos os filhos na mesma casa, a fim de cuidar deles. Ela tratou todos como se fossem seus, juntamente com outros seis filhos, que teve desse casamento.
Por insistência de D. Cidália, Chico foi matriculado na escola pública, completando o curso primário em 1924, e não voltou mais a estudar.
Em 1927, com dezessete anos de idade, Chico perdeu a madrasta Cidália, e se viu diante da insanidade de uma irmã, e descobriu que era um processo obsessivo.
No final de 1927 foi fundado o Centro Espírita Luiz Gonzaga, sediado na residência de seu irmão José Cândido Xavier onde as reuniões se realizavam as segundas e sextas-feiras.
No dia 08 de julho de 1927, Chico Xavier fez a primeira atuação no serviço mediúnico em público, e em 1931, passou a receber as primeiras poesias de "Parnaso de Além - Túmulo", que foi lançado em julho de 1932.
Em 1931, manifesta-se pela primeira vez o espírito Emmanuel que foi o seu protetor espiritual, que lhe preveniu que pretendia trabalhar muito a seu lado e por um longo tempo, mas que deveria, acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e lhe propôs mais três condições para este trabalho: “disciplina, disciplina, disciplina”.
Em 1932 foi publicado o “Parnaso de Além-Túmulo”, pela FEB – Federação Espírita Brasileira, com coletânea de poesias ditadas por espíritos de poetas brasileiros e portugueses, que obteve grande repercussão junto a imprensa e opinião pública brasileira. As críticas aumentavam ao se saber que o livro havia sido escrito por um modesto escriturário de armazém do interior de Minas Geral, que mal completara o primário. O espírito de sua mãe aconselhou-o a não responder aos críticos.
Neste período, Chico Xavier ingressou no serviço público federal, como auxiliar de serviço no Ministério da Agricultura, onde muitos anos depois se aposentou por invalidez, devido a problemas oculares.
Em 1943, surge uma nova entidade espiritual, assinando suas obras com o pseudônimo de André Luiz, responsável por uma magnífica coleção de onze livros, iniciada com a obra “Nosso Lar”.
Em parceria com o também médium Waldo Vieira, psicografou dezessete obras.
Além da psicografia, também exerceu mediunidade de psicofonia, vidência, audiência, receitista, entre outras práticas.
Em 5 de janeiro de 1959, por motivos de saúde e sob orientação médica e dos Benfeitores Espirituais, Chico Xavier foi residir em Uberaba – MG, onde prosseguiu as atividades mediúnicas em reuniões públicas na Comunhão Espírita Cristã.
Foi nesta mesma época que teve início também à famosa peregrinação aos sábados, quando o bondoso médium, saindo da "Comunhão Espírita-Cristã", visitava alguns lares carentes, levando-lhes a alegria de sua presença amiga, acompanhado por grande número de pessoas.
Ao longo de sua vida, Chico foi acusado diversas vezes de fraude ou viu seu nome envolvido em polêmicas que ele, calmamente, ignorava, deixando que o tempo cuidasse dos boatos e maledicências.
Seu trabalho sempre foi voltado à divulgação doutrinária e tarefas assistenciais, aliadas ao evangélico serviço do esclarecimento e reconforto pessoal  aos que o procuravam.
Chico Xavier psicografou mais de 400 livros, cedendo todos os direitos autorais de seus livros para Organizações Espíritas e Instituições de Caridade desde o primeiro livro.
Não aceitava dinheiro arrecadado com a venda de seus livros e vivia apenas com os proventos de sua aposentadoria.
Mesmo com a saúde debilitada, Chico Xavier prosseguiu na sua condição de um autêntico missionário de Jesus, continuando a comparecer às reuniões do Grupo Espírita da Prece, até que no dia 30 de junho de 2002, em Uberaba, Minas Gerais, Chico Xavier desencarnou em decorrência de parada cardiorespiratória.
Conforme relato de amigos e parentes próximos, Chico teria pedido a Deus para morrer em um dia que os brasileiros estariam muito felizes, e que o país estaria em festa, por isso ninguém ficaria triste com seu desencarne.
O país festejava a conquista da Copa do Mundo de futebol, no ano de seu falecimento.
No dia 02 de Abril de 2010, data em que Chico Xavier completaria 100 anos, estreou Chico Xavier – O filme, baseado na biografia “As Vidas de Chico Xavier”, do jornalista Marcel Souto Maior, dirigido e produzido pelo cineasta Daniel Filho.

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