sexta-feira, 19 de julho de 2013

AMOR LIVRE

Qual das duas, a poligamia ou  a monogamia é mais conforme à lei da Natureza? A poligamia é lei humana cuja abolição marca  Progresso social. O casamento segundo as vistas de Deus tem que se fundana afeição dos seres que se unem. Na poligamia, não há afeição real: há apenas sensualidade. (O LIVRO DOS ESPÍRITOS – Allan Kardec, Questão 701)
Comenta-­se a possibilidade de legalização das relações sexuais livres, como  se fora justo escolher companhias para a satisfação do impulso genésico, qual se apontam iguarias ou vitaminas mais desejáveis numa hospedaria. Relações sexuais, no entanto, envolvem responsabilidade.
Homem ou  mulher, adquirindo parceira ou  parceiro para a conjunção  afetiva, não conseguirá, sem dano a si mesmo, tão­somente pensar em si. Referentemente ao assunto, não se trata exclusivamente da ligação em base do  matrimônio legalmente constituído.  Se os parceiros da união sexual possuem deveres a observar entre si, à face de preceitos humanos, voluntariamente aceitos, no  plano das chamadas ligações extralegais acham­se igualmente submetidos aos princípios das Leis Divinas que regem a Natureza.  Cada Espírito detém consigo o  seu  íntimo santuário, erguido ao amor, e Espírito algum menoscabará o  “lugar  sagrado” de outro Espírito, sem lesar a si mesmo. Conferir pretensa legitimidade às relações sexuais irresponsáveis seria tratar “consciências” qual se fossem “coisas”, e se as próprias coisas, na condição  de objetos, reclamam respeito, que se dirá do  acatamento devido à consciência de cada um? É óbvio que ninguém se lembrará, em são juízo, de recomendar escravidão às criaturas claramente abandonadas ou  espezinhadas pelos próprios companheiros ou  companheiras a que se entregaram, confiantes; isso, no entanto, não autoriza ninguém a estabelecer liberdade indiscriminada para as relações sexuais que resultariam unicamente em licença ou  devassidão. Instituído o ajuste afetivo entre duas pessoas, levanta­se, concomitantemente, entre elas, o impositivo do respeito à fidelidade natural, ante os compromissos abraçados, seja para a formação do lar e da família ou seja para a constituição de obras ou valores do espírito. Desfeitos os votos articulados em dupla, claro que a ruptura corre à conta daquele ou daquela que a empreendeu, com o aceite compulsório das consequências que advenham de semelhante resolução. Toda sementeira se acompanha de colheita, conforme a espécie. É razoável nos lembremos disso, porquanto o autor ou autora da defecção havida, ante os princípios de causa e efeito, é considerado violador de almas, assumindo com as vítimas a obrigação de restaurá­las, até o ponto em que as injuriou  ou  prejudicou, ainda mesmo quando na conceituação incompleta do mundo essas criaturas tenham sido  encontradas supostamente já prejudicadas ou injuriadas por alguém. O diamante no lodo não deixa de ser diamante, sem perder o valor que lhe é próprio, diante da vida. A criatura em sofrimento não deixa de ser criação de Deus, sem perder a imortalidade que lhe é própria, à frente do Universo. Que a tentação de retorno dos sistemas poligâmicos pode ocorrer habitualmente com qualquer pessoa, na Terra, é mais que natural – é justo. Em circunstâncias numerosas, o pretérito pode estar vivo  nos mecanismos mais profundos de nossas inclinações e tendências. Entretanto, os deveres assumidos, no campo do amor, ante a luz do presente, devem prevalecer, acima de quaisquer anseios inoportunos, de vez que o  compromisso cria leis no  coração e não se danificarão os sentimentos alheios sem resultados correspondentes na própria vida. Observem­se, nos capítulos do sexo, os desígnios superiores da Infinita Sabedoria que nos orienta os destinos e, nesse sentido, urge considerar que a Vontade de Deus, na essência, é o dever  em sua mais alta expressão traçado para cada um de nós, no tempo chamado  “hoje”. E se o  “hoje” jaz viçado de complicações e problemas, a repontarem do “ontem”, depende de nós a harmonia ou  o desequilíbrio do “amanhã”.
Livro: Vida e Sexo.
Espírito: Emmanuel
Médium: Chico Xavier.

Nenhum comentário:

Postar um comentário