domingo, 21 de julho de 2013

NÃO SÓ JUSTIÇA

 “Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova. (O LIVRO DOS ESPÍRITOS -  Comentários de ALLAN KARDEC à resposta 171).
— “Vale de lágrimas”! — exclamam corações em tormento.
— “Região de trevas e desespero”! — propõem sofredores de diversos matizes.
— “Oásis de gozo” — afirmam os doentes do prazer.
— “Recanto de delícias” — esclarecem os fornicadores da loucura.
— “Colônia de alegrias ao alcance da sagacidade” — expõem cerebrações enrijecidas no mal.
— “Punição, viver” — bradam uns.
— “Vivamos e gozemos” — proclamam outros.
“Viver é pagar alto tributo à vida” — gritam alguns revoltados.
“Viver é aproveitar o favor da oportunidade” — repitam os desassisados.
A carne, como porta de renascimento, é alta concessão da Divinidade para a felicidade do espírito.
A Terra é abençoado educandário onde se formam valores e se afirmam expressões superiores para a Vida.
Atados à conceituação deficitária da unicidade da experiência carnal para o espírito, os discípulos de tal escola, contemplam, estarrecidos, a dor, formulando hipóteses cruéis, nas quais mentalizam a Justiça Divina através dos recursos mesquinhos da arbitrariedade humana...
Vinculados a um materialismo grotesco e revel, homens e mulheres desnorteados, derivam no prazer, as apreensões que mantêm quanto à vida além-túmulo.
Informados da pluralidade das experiências carnais, face ao sofrimento, há quem diga que a reencarnação é justiça, severa justiça...
Não só justiça mas misericórdia também.
Alta e valiosa misericórdia significa o trânsito na carne, a recapitulação entre novo berço e novo túmulo.
Por natural evocação das paisagens da vida extra-física, todos guardamos nas telas mentais os sinais da imortalidade.
Estes relutam e asfixiam as lembranças nos nimbos cerrados da rebeldia.
Esses reagem e apagam as evocações com a borracha da indiferença.
Aqueles insistem na negativa e anulam as recordações ante a teimice do prazer.
Todos, no entanto, renascem assinalados pelos caracteres trazidos da vida espiritual onde foi cultivada a aflição ou a ventura decorrente da jornada precedente...
 Aguça os ouvidos e registrarás vozes de ontem, falando hoje.
 Educa os olhos e enxergarás companheiros que a morte não consumiu nem aniquilou.
 Aprimore a mente e decifrarás os enigmas do momento encontrando-lhes as chaves no pretérito.
 Recorda e sentirás que viveste, vives e viverás...
 Diante do arguto doutor do Sinédrio, a serenidade e segurança de Jesus afirmaram: “É necessário nascer de novo”. E ante as interrogações e dúvidas que assomavam ao interlocutor, Ele expôs: “O vento sopra onde quer, ouves-lhe a voz, mas não sabes donde vem nem para onde vai. Assim é o espírito”...  ensejando-nos a marcha da evolução, o grande porvir hoje em começo, através da Justiça e da Divina Misericórdia também.
Livro: Espírito e Vida.
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco.

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