domingo, 28 de julho de 2013

Grau de sensibilidade - Hammed

 “...Homens de uma capacidade notória que não a compreendem, enquanto que inteligências vulgares, de jovens mesmo, apenas saídos da adolescência, a apreendem com admirável exatidão em suas mais delicadas nuanças...” (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Capítulo 17, item 4.)
Na realidade, são homens sensíveis todos aqueles que aprenderam a focalizar intensamente a essência das coisas. Sabem sintetizar e observar sem julgamentos prévios as ocorrências e assuntos, examinando-os como eles se apresentam realmente, com uma lucidez e discernimento cada vez maiores.
Sensibilidade é patrimônio do espírito que já atingiu um certo grau de percepção e detecção proveniente do âmago dos fatos. Faculdade esta alicerçada no “senso de realidade”, que tem a capacidade de penetrar nas idéias novas, captá-las e analisá-las sutilmente, com admirável eficiência e exatidão.
Há criaturas, porém, que se apegam somente aos fenômenos e manifestações espetaculares do mundo espiritual. Imaturas e insensíveis, não compreendem as conseqüências éticas existentes por detrás dessas mesmas manifestações. Não percebem os horizontes ilimitados que se descortinam em razão da crença na imortalidade das almas, pois não foram “tocadas no coração” pelo sentimento de que o Universo é o lar que abriga a todos nós, eternos viajantes na embarcação da Vida.
Por não possuírem a “parte essencial”, não tomam consciência do fato de que existir é participar de uma constante e eterna renovação, que impulsiona as criaturas ao auto-aperfeiçoamento. Há tempo de começar, crescer, transformar e recomeçar, num eterno reciclar de experiências.
Todavia, aqueles cujo “nível de maturidade” foi desenvolvido se diferenciam dos outros, porque focalizam com seus sentidos acurados as profundezas das coisas e, em muitas ocasiões, conseguem até perceber que certas ciências são muito mais espiritualistas do que determinadas crenças ou cultos religiosos.
Ciências há que transcendem à vida física pelo somatório de bases universalistas: observam, no interagir das relações entre seres vivos e o meio ambiente, uma associação harmônica de “Ordem Divina” e de cunho fraternalista. Por outro lado, certas religiões deixam muito a desejar quanto ao sentimento de fraternidade: prometem recompensas imediatistas e ficam presas a dogmas materialistas de infalibilidade e autoritarismo.
Os seres humanos sensíveis estão despertos tanto em seus sentidos externos quanto internos, estão vivos em plenitude, pois experimentam a atmosfera de cada momento.
Estão sempre refletindo e discernindo suas emoções e sentimentos, porque já se permitem experimentar toda uma sucessão de sensações, que decorrem das experiências nas relações humanas.
Portanto, podemos confiar em que cada um de nós, a seu tempo,  sensibilizar-se-á pelas coisas espirituais, visto que o desenvolvimento de nosso grau evolutivo transcorre natural e incessantemente em decorrência dos impulsos de progresso que recebemos das leis divinas existentes em nós mesmos.
Aqueles que se prendem unicamente aos fenômenos mediúnicos e em nada se transformam espiritualmente encontrarão mesmo assim, nesse comportamento, “um primeiro passo que lhes tornará o segundo mais fácil numa outra existência”. Trata-se de um processo que não ocorre da noite para o dia, mas que se vai projetando ao longo do tempo e sempre acontece quando estamos prontos para crescer. Aliás, “quando o aluno está pronto, o professor sempre aparece”.
Livro: Renovando Atitudes.
Espírito: Hammed.
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto.

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