quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Para ser Feliz - Emmanuel

“E não nos cansemos de fazer o bem, porque há seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido”. – PAULO. (Gálatas, 6.9).
Confia em Deus.
Aceita no dever de cada dia a vontade do Senhor para as horas de hoje.
Não fujas da simplicidade.
Conserva a mente interessada no trabalho edificante.
Detém-te no “lado bom” das pessoas, das situações e das coisas.
Guarda o coração sem ressentimento.
Cria esperança e otimismo onde estiveres.
Reflete nas necessidades alheias, buscando suprimi-las ou atenua-las.
Faze todo o bem que puderes, em favor dos outros sem pedir remuneração.
Auxilia muito.
Espera pouco.
Serve sempre.
Espalha a felicidade no caminho alheio, quanto seja possível.
Experimentemos semelhantes conceitos na vida prática e adquiriremos a luminosa ciência de ser feliz.
Livro: Caminho Espírita.
Espíritos Diversos / Chico Xavier.

Não só de inteligência – Emmanuel.

Aquele que ama a seu irmão permanece na luz e nele não há nenhum tropeço. - João. (I João, 2:10.)
Esfalfamo-nos na Terra a fazer testes de inteligência para ganhar inteligência, e, sem dúvida, precisamos todos de agilidade mental para a destreza do raciocínio e firmeza de decisão.
Entretanto, não basta a inteligência, só por si, para orientar com absoluta segurança os roteiros da vida.
Senão, vejamos.
Quase sempre sabemos:
- entesourar conhecimento intelectual, mas ignoramos ainda como utilizá-lo para evitar a guerra uns com os outros;
- acumular o dinheiro, mas muito raramente aprendemos como empregá-lo na construção da própria felicidade e da felicidade dos semelhantes;
- inventar os mais variados processos de reconforto em benefício do corpo transitório, mas desconhecemos ainda como prover as necessidades de nossas almas eternas;
- legislar com eficiência nas atividades visíveis do mundo, mas ignoramos como preservar a tranqüilidade da consciência, conquanto já conheçamos a generalidade dos princípios morais que nos regem;
- cultivar grandes afeições, até mesmo com testemunhos heróicos de sacrifício, mas não sabemos ainda como traçar-lhes o equilíbrio justo para que não se convertam em desarmonia e paixão.
* * *
Em suma, estamos em condições de preparar o futuro para todas as garantias no plano físico, mas habitualmente descuidamo-nos de nossos interesses na imortalidade que é patrimônio inalienável de cada um.
Em razão disso, muitas vezes damos na Terra estranhos espetáculos de genialidade e delinqüência, cultura e degradação.
É que apenas a inteligência não basta à felicidade.
A alegria de viver pede, acima de tudo, a luz do entendimento e a benção do amor.
Livro: Benção da Paz.
Emmanuel / Chico Xavier.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Olhos de Misericórdia – Irmão José.

A maldade é, em todos os seres, um estado transitório.
Compadece-te, pois, de quem a pratica.
Mais que punição, o criminoso é alguém que requer prolongado tratamento.
Em determinadas circunstâncias, o homem é passível de cometer os maiores desatinos.
Imaginemos se Deus não nos olhasse com os olhos repletos de Misericórdia!
Quem há que não necessite de indulgência?
Que os nossos olhos se encham de misericórdia para com os semelhantes.
Na mão que apedreja e na voz que calunia, vejamos o espírito doente.
Na atitude mais absurda, detectemos a enfermidade de quem por ela se responsabiliza.
A mente adoece com mais frequência e gravidade do que o corpo.
Analisa o teor dos teus pensamentos e saberás que assim é.
O ser humano em evolução, recém-saído de seu primitivismo psicológico, é um espírito tangenciando a insanidade.
Livro: Dias Melhores.
Carlos A. Baccelli.

A PRECE DE CERINTO – Chico Xavier.

Senhor de Infinita Bondade.
No santuário da oração, marco renovador do  meu caminho, não te peço por mim, Espírito endividado, para quem reservaste os  tribunais de tua Excelsa Justiça.
A tua compaixão é como se fora o orvalho de esperança em minha noite moral, e isso basta ao revel pecador que tenho sido.
Não Te peço, Senhor pelos que choram.
Clamo por Teu amor e benefício dos  que fazem as lágrimas.
Não Te venho pedir pelos que padecem.
Suplico-Te a bênção para todos aqueles que provocam sofrimento.
Não Te lembro os fracos da Terra.
Recordo-Te quantos se julgam poderosos e vencedores.
Não intercedo pelos que soluçam de fome.
Rogo-Te amor para os que lhes furtam o pão.
Senhor Todo-Bondoso!
Não Te trago os que sangram de angústia.
Relaciono diante de Ti os que golpeiam e ferem.
Não Te peço pelos que sofrem injustiças.
Rogo-Te pelos empreiteiros do crime.
Não Te apresento os desprotegidos da sorte.
Sugiro Teu amparo aos que estendem a aflição e a miséria.
Não Te imploro mercê para as almas traídas.
Exorto-Te o socorro para os que tecem os fios envenenados da ingratidão.
Pai compassivo.
Estende as mãos sobre os que vagueiam nas trevas.
Anula o pensamento insensato.
Cerra os lábios que induzem à tentação.
Paralisa os braços que apedrejam.
Detém os passos daqueles que  distribuem a morte.
Ajuda-nos a todos nós, filhos do erro, porque  somente assim, ó Deus piedoso e justo, poderemos edificar o paraíso do bem com todos aqueles que já Te compreendem e obedecem, extinguindo o inferno daqueles que, como nós, se atiram desprevenidos, aos insanos torvelinhos do mal!
Cerinto / Chico Xavier

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Enxerga – Irmãos José.

Ama-te, queira-te bem, mas não adores a tua imagem.
Cultua-te, mas não te idolatres.
Valoriza-te, mas sem desvalorizar a quem quer que seja.
Promove-te, mas não à custa de teus semelhantes.
Aperfeiçoa-te, mas não faças disto uma obsessão.
Supera-te, mas não ignores os teus limites.
Engrandece-te, mas não para que o mundo te ovacione.
Afeiçoa-te, mas não cries dependência.
Cuida-te, mas não o faças perifericamente.
Satisfaze-te, mas não exageres necessidades.
Enxerga-te, mas não tão-só diante do espelho.
Contenta-te, mas não de modo a que te bastes a ti mesmo.
          Livro: Dias Melhores.
          Irmão José / Carlos A. Baccelli.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Razões para amarmos os inimigos – Emmanuel.

Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos... – Jesus / Mateus, 5:44.
Os inimigos, queiramos ou não, são filhos de Deus como nós e, consequentemente, nossos irmãos, para quem Deus providenciará recursos e caminhos dentro da mesma bondade com que age em nosso favor.
Temos muito a dever aos amigos pelos estímulos com que nos asseguram êxito na vida, mas não podemos esquecer que devemos bastante aos nossos inimigos pelas oportunidades que nos proporcionam no sentido de retificarmos os próprios erros.
O adversário é mais propriamente aquele que sulca a nossa alma, à feição do lavrador que cava a terra, a fim de que produzamos na seara do bem.
O amor pelos inimigos dar-nos-á excelentes recursos contra o desajuste circulatório, a neurose, a loucura ou a úlcera gástrica, sempre que estejamos em tarefa no corpo físico.
Orando em benefício dos que nos ferem evitamos maiores perturbações em torno de nós mesmos.
Uma atitude respeitosa para com os adversários nunca nos rouba tempo ao serviço.
Amando os inimigos e entregando-nos sinceramente ao juízo de Deus, com as melhores vibrações de fraternidade, eliminamos noventa por cento dos motivos de aflição e aborrecimento.
Abençoando em silêncio os que nos criticam ou golpeiam, protegemos com mais segurança os interesses do trabalho que a Providência Divina nos concedeu.
A serenidade e o apreço para com os inimigos são os melhores antídotos para que as preocupações com eles não nos destruam.
O amor pelos inimigos não nos rouba a paz da consciência, na hipótese de serem malfeitores confessos, porque, quando Jesus nos diz ide e reconciliai-vos com o adversário, nos ensina a fazer paz em nossas relações, como não é justo privar de tranqüilidade uma criança ou um doente. Mas em trecho algum do Evangelho Jesus nos recomenda cooperar com eles.
Livro: Benção da Paz.
Emmanuel / Chico Xavier.

Kiu estas la rimedo por detrui egoismon? / Qual é o meio de se destruir o egoísmo?

917. Kiu estas la rimedo por detrui egoismon?
El ĉiuj homaj neperfektaĵoj la plej malfacile elradikigebla estas egoismo, ĉar tiu ĉi naskiĝas el la influo de la materio, de kiu la homo, ankoraŭ tre proksima de sia origino, ne povis liberiĝi; por la daŭrado de tiu influo ĉio kunhelpas: leĝoj, socia organismo kaj edukado. Egoismo malfortiĝos ĉe la supereco de la morala vivo antaŭ la materia vivo, kaj precipe ĉe la kompreno, kiun Spiritismo havigas al vi, pri via estonteco, tio estas, pri via estonteco reala, ne falsita de alegoriaj fikcioj; kiam Spiritismo, jam bone komprenata, identiĝos kun la moroj kaj kredoj, ĝi aliigos kutimojn, morojn, sociajn interrilatojn. Egoismo estas fondita sur la graveco de l' personeco; nu, Spiritismo, bone komprenata, mi ripetas, igas vidi la aferojn el tiel alta punkto, ke la sento de personeco malaperas antaŭ la senlima spaco. Detruante tiun gravecon aŭ, almenaŭ, montrante ĝian valoron, Spiritismo nepre kontraŭbatalas egoismon.
Ofte faras la homon ankaŭ egoista ĝuste la pikvundo, kiun li ricevas de la egoismo de aliaj, ĉar li sentas la neceson preni defendan teniĝon. Vidante, ke la aliaj pensas pri si mem kaj ne pri li, la homo estas alkondukata al zorgado pri si, prefere ol pri la aliaj. La principo de karitato kaj de frateco estu la bazo de la sociaj konvencioj, de la leĝaj rilatoj inter popoloj kaj inter homoj; tiam, la homo pensos malpli pri sia propra persono, kiam li vidos, ke aliaj ankaŭ pensas pri li; li ricevos la moraligan influon de l' ekzemplo kaj de l' kontakto. Ĉe la hodiaŭa superabundeco de egoismo, oni devas esti vere virta, por abnegacii sian personecon profite de aliaj, kiuj ofte ne dankas tian noblaĵon; precipe al tiuj, posedantaj tian virton, la ĉiela regno estas malfermita; precipe tiujn atendas la feliĉo de la elektitoj, ĉar vere mi diras al vi, en la tago de juĝado, kiu ajn pensis nur pri si mem, tiu estos flanken pelita kaj suferos de sia izoleco.” (785)
Fénelon.
Oni faras sendube laŭdindajn klopodojn, por antaŭenigi la homaron; hodiaŭ oni kuraĝigas, stimulas, honoras la bonajn sentojn pli, ol en neniu alia epoko; kaj tamen la mordanta vermo nomata egoismo estas ĉiam ankoraŭ la kancero de la socio. Ĝi estas reala malbono, refalanta sur la tutan mondon kaj kies viktimo ĉiu pli aŭ malpli estas; necese estas do ĝin kontraŭbatali, same kiel oni alfrontas epidemian malsanon. Por tio estas necese procedi kiel la kuracistoj: iri returne al la origino. Oni serĉu en ĉiuj partoj de la socia organismo, ekde la familio ĝis la popoloj, ekde kabano ĝis palaco, ĉiajn kaŭzojn, ĉiajn influojn, kaŝitajn aŭ evidentajn, kiuj ekscitas, nutras kaj elvolvas la senton de egoismo: kiam la kaŭzoj estos konataj, la kuracilo sin prezentos mem; tiam oni devos nur ilin kontraŭbatali, se ne ĉiujn samtempe, almenaŭ parte; kaj, iom post iom, la veneno estos eltirita. La resanigo eble estos longedaŭra, ĉar la kaŭzoj estas multenombraj; sed ĝi ne estas neebla. Tiun celon oni trafos cetere nur atakante la malbonon ĉe ties radiko, tio estas, per edukado; ne per tiu edukado, celanta fari instruitajn homojn, sed per tiu, celanta fari homojn virtajn. Edukado, se bone komprenata, estas la ŝlosilo de l' morala progreso; kiam oni konos la arton direkti karakterojn, tiel bone kiel la arton direkti intelektojn, oni povos korekti la karakterojn tute same, kiel oni korektas misformajn arbetojn; sed tiu arto postulas grandan takton, multe da sperto kaj profundan observadon; estas grava eraro kredi, ke sufiĉas scio, por ĝia praktikado. Kiu sekvas la kreskadon de infano, ido ĉu de riĉulo, ĉu de malriĉulo, de post ĝia naskiĝo, observante ĉiajn malutilajn influojn, kiuj agas sur ĝin pro la malforteco, senzorgeco kaj neklereco de ĝiaj direktantoj, vidante kiel ofte la rimedoj uzataj por ĝia moraligo tute maltrafas, tiu ne povas miri pro tiom da malbonaj flankoj en la socio. Oni faru por moralo tiom, kiom oni faras por intelekto, kaj oni vidos, ke, se ekzistas rezistemaj naturoj, estas ankaŭ aliaj, cetere multe pli, ol kiel oni kredas, kiuj atendas nur bonan kulturadon por produkti belajn fruktojn. (872)
La homo volas esti feliĉa, kaj tiu sento troviĝas en la Naturo; tial li senĉese klopodas, por plibonigi sian pozicion sur la Tero, kaj serĉas la kaŭzon de siaj suferoj, por ilin ĉesigi. Kiam li bone komprenos, ke egoismo estas unu el tiuj kaŭzoj, tiu faktoro, naskanta fieron, ambicion, avidemon, envion, malamon, ĵaluzon, je kiuj li ĉe ĉiu paŝo puŝiĝas; tiu faktoro, alportanta konfuzon al ĉiuj sociaj interrilatoj, enblovanta malpacojn, detruanta fidojn, deviganta ĉiun ĉiam singarde stari kontraŭ sia najbaro; fine, tiu, faranta el amiko malamikon; tiam li ankaŭ komprenos, ke tiu malvirto estas neakordigebla kun lia propra feliĉo kaj eĉ, ni povas aldiri kun lia sekureco; ju pli li suferos pro tiu malvirto, des pli da neceso li sentos ĝin kontraŭbatali, same kiel li luktas kontraŭ pesto, pereigaj bestoj kaj ĉiuj ceteraj malfeliĉegoj; lin instigos al tio lia propra intereso. (784)
Egoismo estas fonto de ĉiaj malvirtoj, kiel karitato estas fonto de ĉiaj virtoj; eldetrui la unuan kaj plifortigi la duan, jen la celo, kiun devas iri ĉiuj klopodoj de la homo, se ĉi tiu deziras certigi sian feliĉon tiel sur la Tero, kiel en estonta vivo.
Libro: La Libro de la Spiritoj – Allan Kardec.
917. Qual é o meio de se destruir o egoísmo?
De todas as imperfeições humanas a mais difícil de desenraizar, é o egoísmo, porque se liga à influência da matéria, da qual o homem, ainda muito próximo da sua origem, não pode libertar-se. Tudo concorre para entreter essa influência; suas leis, sua organização social, sua educação. O egoísmo se enfraquecerá com a predominância da vida moral sobre a vida material, e sobretudo com a compreensão que o Espiritismo vos dá quanto ao vosso estado futuro real e não desfigurado pelas ficções alegóricas. O Espiritismo bem compreendido, quando estiver identificado com os costumes e as crenças, transformará os hábitos, as usanças e as relações sociais. O egoísmo se funda na importância da personalidade; ora, o Espiritismo bem compreendido, repito-o, faz ver as coisas de tão alto que o sentimento da personalidade desaparece de alguma forma perante a imensidade. Ao destruir essa importância, ou pelo menos ao fazer ver a personalidade naquilo que de fato ela é, combate necessariamente o egoísmo.
É o contato que o homem experimenta do egoísmo dos outros que o torna geralmente egoísta, porque sente a necessidade de se pôr na defensiva. Vendo que os outros pensam em si mesmos e não nele é levado a se ocupar de si mesmo mais que dos outros. Que o princípio da caridade e da fraternidade seja a base das instituições sociais, das relações legais de povo para povo e de homem para homem, e este pensará menos em si mesmo quando vir que os outros o fazem; sofrerá assim a influência moralizadora do exemplo e do contato. Em face do atual desdobramento do egoísmo é necessária uma verdadeira virtude para abdicar da própria personalidade em proveito dos outros que em geral não o reconhecem. É a esses, sobretudo, que possuem essa virtude, que está aberto o reino dos céus; a eles sobretudo está reservada a felicidade dos eleitos, pois em verdade vos digo que no dia do juízo quem quer que não tenha pensado senão em si mesmo será posto de lado e sofrerá no abandono. (Ver item 785).
Fénelon
Louváveis esforços são feitos, sem dúvida, para ajudar a Humanidade a avançar; encorajam-se, estimulam-se, honram-se os bons sentimentos, hoje mais do que em qualquer outra época, e não obstante o verme devorador do egoísmo continua a ser a praga social. É um verdadeiro mal que se espalha por todo o mundo e do qual cada um é mais ou menos vítima. É necessário combatê-lo, portanto, como se combate uma epidemia. Para isso, deve-se proceder à maneira dos médicos: remontar à causa. Que se pesquisem em toda a estrutura da organização social desde a família até os povos, da choupana ao palácio, todas as causas, todas as influências patentes ou ocultas que excitam, entretêm e desenvolvem o sentimento do egoísmo. Uma vez conhecidas as causas o remédio se apresentará por si mesmo; só restará então combatê-las, senão a todas ao mesmo tempo, pelo menos por partes, e pouco a pouco o veneno será extirpado. A cura poderá ser prolongada porque as causas são numerosas, mas não é impossível de resto, não se chegará a esse ponto se não se atacar o mal pela raiz, ou seja, pela educação. Não essa educação que tende a fazer homens instruídos, mas a que tende a fazer homens de bem. A educação, se for bem compreendida, será a chave do progresso moral, quando se conhecer a arte de manejar a arte dos caracteres como se conhece a de manejar as inteligências, poder-se-á endireitá-los, da mesma maneira como se endireitam as plantas novas. Essa arte, porém, requer muito tato, muita experiência e uma profunda observação. É um grave erro acreditar que basta ter a ciência para aplicá-la de maneira proveitosa. Quem quer que observe, desde o instante do seu nascimento, o filho do rico como o do pobre, observando todas as influências perniciosas que agem sobre ele em conseqüência da fraqueza, da incúria e da ignorância dos que dirigem, e como em geral os meios empregados para moralizar fracassam, não pode admirar-se de encontrar no mundo tantas confusões. Que se faça pela moral tanto quanto se faz pela inteligência e ver-se-á que, se há naturezas refratárias, há também, em maior número do que se pensa, as que requerem apenas boa cultura para darem bons frutos. (Ver item 872).
O homem quer ser feliz e esse sentimento está na sua própria natureza; eis porque ele trabalha sem cessar para melhorar a sua situação na Terra, e procura as causas de seus males para os remediar. Quando compreender bem que o egoísmo é uma dessas causas, aquela que engendra o orgulho, a ambição, a cupidez, a inveja, o ódio, o ciúme, dos quais a todo momento ele é vítima, que leva a perturbação a todas as relações sociais, provoca as dissensões, destrói a confiança, obrigando-o a se manter constantemente numa atitude de defesa em face do seu vizinho, e que, enfim, do amigo faz um inimigo, então ele compreenderá também que esse vício é incompatível com a sua própria felicidade. Acrescentaremos que é incompatível com a sua própria segurança. Dessa maneira, quanto mais sofrer mais sentirá a necessidade de o combater, como combate a peste, os animais daninhos e todos os outros flagelos. A isso será solicitado pelo seu próprio interesse. (Ver item 784).
O egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade é a fonte de todas as virtudes. Destruir um e desenvolver a outra deve ser o alvo de todos os esforços do homem, se ele deseja assegurar a sua felicidade neste mundo, tanto quanto no futuro.
Livro: O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.

União do Princípio Espiritual e da Matéria / Kuniĝo de la spirita principo kun la materio.

União do Princípio Espiritual e da Matéria
10. Desde que a matéria seria o objeto do trabalho do Espírito para o desenvolvimento de suas faculdades, era necessário que ele pudesse agir sobre ela; por isso é que ele veio habitar a matéria, como o lenhador habita a floresta. Desde que a matéria deve ser ao mesmo tempo a finalidade e o instrumento de trabalho, Deus, em vez de ligar o Espírito à pedra rígida, criou, para seu uso, corpos organizados, flexíveis, capazes de receber todos os impulsos de sua vontade, e de se prestar a todos os seus movimentos.
O corpo é, pois, ao mesmo tempo o envoltório e o instrumento do Espírito, e à medida que este adquire novas aptidões, reveste um envólucro apropriado ao novo gênero de trabalho que deve realizar, tal como se dá a um trabalhador instrumentos menos grosseiros, à medida que ele seja capaz de fazer um trabalho mais delicado.
11. Para ser mais exato, será preciso dizer que é o próprio Espírito que fabrica seu envoltório e o torna adequado às suas novas necessidades; ele o aperfeiçoa, o desenvolve e completa o organismo à medida que sente a necessidade de manifestar novas faculdades; numa palavra, ele o talha conforme sua inteligência; Deus lhe fornece os materiais; fica por sua conta, colocá-los em função; é assim que as raças adiantadas têm um organismo, ou se assim o preferirmos, um instrumento cerebral mais aperfeiçoado que as raças primitivas. Assim se explica igualmente o cunho especial que o caráter do Espírito imprime aos traços da fisionomia, e às linhas do corpo. (Cap. VIII, nº 7: A Alma da Terra).
12. Desde que um Espírito nasce na vida espiritual, para seu progresso, deve fazer uso de suas faculdades, as quais são a princípio rudimentares; é por isso que ele é revestido de um envoltório corporal apropriado a seu estado de infância intelectual, envoltório este que ele deixa para se revestir de outro, à medida que suas forças aumentam. Ora, como houve mundos, desde todo o tempo, e que tais mundos têm dado nascimento a corpos organizados, adequados a receber Espíritos, desde todos os tempos os Espíritos têm encontrado os elementos necessários à sua vida carnal qualquer que fosse seu grau de progresso.
13. Sendo o corpo exclusivamente material, sofre as vicissitudes da matéria. Depois de haver funcionado durante certo tempo, ele se desorganiza e se decompõe; o princípio vital, não encontrando mais elemento para sua atividade, extingue-se e o corpo morre. O Espírito, visto que o corpo privado de vida é, a partir de então, sem utilidade, deixa-o como se abandona uma casa em ruína ou uma vestimenta imprestável.
14. O corpo não é, pois, senão um envoltório destinado a receber o Espírito; desde então, pouco importa sua origem, e os materiais dos quais ele é construído. Quer o corpo do homem seja ou não uma criação especial, nem por isso deixa de ser formado pelos mesmos elementos que os dos animais, animado pelo mesmo princípio vital, (em outras palavras, aquecido pelo mesmo fogo), assim como é iluminado pela mesma luz, sujeito às mesmas vicissitudes e às mesmas necessidades: sobre este ponto não há contestação.
Se apenas considerarmos a matéria, fazendo abstração do Espírito, o homem não terá nada que o distinga do animal; porém tudo muda de aspecto se se faz a distinção entre a habitação e o habitante.
Um grande senhor, numa cabana, ou vestido com os simples vestuários do campônio, nem por isso deixará de ser o grande senhor. O mesmo sucede com o homem; não é seu vestuário de carne quem o eleva acima do bruto, e faz dele um ser à parte: é seu ser espiritual, seu Espírito.
Livro: A Gênese - Allan Kardec, cap.: XI.
Kuniĝo de la spirita principo kun la materio
10. – Ĉar la materio devas servi al la Spirito kiel objeto de lia prilaboro, cele al la disvolviĝo de liaj kapabloj, necesis, ke li povu agi sur ĝin. Ja tial li venis loĝi en ĝi, kiel la lignohakisto loĝas en la arbaro. Kaj ĉar la materio devis samtempe esti objekto kaj instrumento de laboro, Dio, anstataŭ kunigi la Spiriton kun la rigida ŝtono, kreis, por lia uzado, korpojn organizitajn, flekseblajn, kapablajn ricevi la impulsojn de lia volo kaj plenumi ĉiujn liajn movojn.
La korpo estas do samtempe la envolvaĵo kaj la instrumento de la Spirito, kaj laŭmezure kiel li akiras novajn kapablojn, li sin vestas per envolvaĵo adekvata al la nova speco de laboro, kiun li devas plenumi, same kiel oni liveras al laboristo malpli krudan instrumenton, laŭgrade kiel li kapablas fari pli rafinitan laboron.
11. – Por esti pli preciza, necesas diri, ke la Spirito mem formas sian envolvaĵon kaj ĝin adaptas al siaj novaj bezonoj; li ĝin perfektigas kaj al ĝi disvolvas kaj kompletigas la organismon, laŭgrade kiel li spertas la bezonon manifesti siajn novajn kapablojn; unuvorte, li ĝin alfaras laŭ sia intelekto. Dio al li liveras la koncernajn materialojn: lin koncernas ilia utiligo. Ja tial la progresintaj rasoj havas organismon, aŭ se oni preferas, cerban aparaton pli perfektan ol tiu de la primitivaj rasoj.
Ankaŭ tial klariĝas la speciala stampo, kiun la karaktero de la Spirito donas al la fizionomiaj trajtoj kaj al la korpaj teniĝoj. (Ĉap. VIII, n-ro 7: Animo de la Tero.)
12. – Naskiĝinte por la spirita vivo, la Spirito devas, por progresi, uzi siajn komence rudimentajn kapablojn; jen kial li surmetas envolvaĵon adekvatan al sia stato de intelekta infaneco, kiun envolvaĵon li forlasas por surmeti alian, laŭgrade kiel kreskas liaj fortoj. Nu, ĉar en ĉiuj tempoj ekzistis mondoj, kaj tiuj mondoj ebligis la naskiĝon de organizitaj korpoj taŭgaj por loĝigi Spiritojn, en ĉiuj tempoj la Spiritoj, kia ajn la grado de ilia progreso, trovis la elementojn necesajn al sia enkarna vivo.
13. – Estante ekskluzive materia, la korpo suferas la ŝanĝojn de la materio. Post kelkatempa funkciado ĝi malorganiziĝas kaj malkomponiĝas. Ne plu disponante elementojn por sia aktiveco, la vivoprincipo estingiĝas kaj la korpo mortas. La Spirito, por kiu la korpo senigita je la vivo estas de nun senutila, ĝin forlasas, kiel oni forlasas ruiniĝintan domon aŭ sentaŭgan vestaĵon.
14. – La korpo do estas nenio alia ol envolvaĵo destinita enloĝigi la Spiriton. Ĉe ĉi tiu punkto, malmulte gravas ĝia origino kaj la materialoj, el kiuj ĝi estas farita. Ĉu la homa korpo estas, aŭ ne, ia speciala kreaĵo, tio tamen ne malpli veras, nome ke ĝi konsistas el la samaj elementoj kiel tiu de la bestoj, ke ĝin animas la sama vivoprincipo, aŭ, alivorte, ĝin varmigas la sama fajro, same kiel ĝi estas prilumata de la sama lumo kaj submetita al la samaj sortoŝanĝoj kaj bezonoj: jen tute ne kontestebla afero.
Se oni konsideras nur la materion, abstraktante la Spiriton, la homo havas nenion, kio lin distingus de la besto.
Ĉio tamen ŝanĝiĝas, se oni faras distingon inter la loĝejo kaj la loĝanto. Ĉu li troviĝas en kabano, ĉu li estas vestita kiel kampulo, nobela sinjoro tute ne ĉesas esti nobela sinjoro. La samo okazas rilate al la homo: ne lia karna vesto lin lokas super la bruto kaj faras el li apartan estaĵon, sed ja lia spirita esto, lia Spirito.
Libro: La Genezo – Allan Kardec, ĉap.: XI.

sábado, 26 de dezembro de 2015

O Homem Corporal / La korpa homo

O Homem Corporal
26. Do ponto de vista corporal e puramente anatômico, o homem pertence à classe dos mamíferos, da qual não difere senão por alguns detalhes da forma exterior; quanto ao mais, tem a mesma composição química que os animais, os mesmos órgãos, as mesmas funções e os mesmos modos de nutrição, de respiração, de secreção, de reprodução; nasce, vive, morre nas mesmas condições, e com a morte seu corpo se decompõe como o de tudo quanto vive. Não há em seu sangue, sua carne, seus ossos, um átomo diferente dos que se encontram nos corpos dos animais; como esses, ao morrer, ele entrega à terra o hidrogênio, o oxigênio, o azoto e o carbono que estavam combinados para formar, e vão, por meio de novas combinações, formar novos corpos minerais, vegetais e animais. A analogia é tão grande, que as funções orgânicas do homem são estudadas em certos animais, quando as experiências não possam ser feitas nele mesmo.
27. Na classe dos mamíferos, o homem pertence à ordem dos bímanos. Imediatamente abaixo dele vêm os quadrúmanos (animais de quatro mãos) ou macacos, dos quais alguns, como o orangotango, o chimpanzé, o mono, têm certas semelhanças com o homem, a tal ponto que por muito tempo foram designados como homens da floresta; tal como o homem, caminham eretos, servem-se de paus, constroem cabanas, e levam seus alimentos à boca com a mão, o que são sinais característicos.
28. Por pouco que se observe a escala dos seres vivos, do ponto de vista de seu organismo, reconhece-se que, desde o líquen até à árvore, e do zoófito ao homem, há uma cadeia que se eleva por graus, sem solução de continuidade, e da qual todos os elos têm um ponto de contato com o elo precedente; seguindo passo a passo a série dos seres, dir-se-ia que cada espécie é um aperfeiçoamento, uma transformação da espécie imediatamente inferior. Verificado que o corpo do homem está em condições idênticas aos outros corpos, que ele nasce, vive e morre da mesma maneira, deve ter sido formado nas mesmas condições.
23. Embora isto fira seu orgulho, o homem deve se resignar a ver em seu corpo material o último elo da animalidade sobre a terra. O inexorável argumento dos fatos aí está, e será em vão levantar protestos contra tal situação.
Porém, quanto mais o corpo diminui de valor a seus olhos, mais o princípio espiritual ganha importância; se o primeiro o nivela com os brutos, o segundo o eleva a uma altura incomensurável. Vemos o círculo onde o animal se detém; não vemos o limite que possa alcançar o Espírito do homem.
30. O materialismo pode por aí perceber que o Espiritualismo, longe de por em dúvida as descobertas da ciência, e sua atitude positiva, vai mais à frente e as provoca, pois é certo que o princípio espiritual, que tem sua existência própria, não pode sofrer nenhum dano.
O Espiritismo caminha a par com o materialismo, no terreno da matéria; admite tudo o que este admite; porém, onde o materialismo se detém, o Espiritismo prossegue. O Espiritismo e o materialismo são como dois viajantes que caminham juntos, partindo do mesmo ponto; chegados a uma certa distância, um diz: "Não posso ir mais longe;" o outro continua sua rota e descobre um mundo novo. Por que, pois, o primeiro diz que o segundo é louco, pois este, entrevendo novos horizontes, quer franquear o limite onde o outro acha conveniente se deter? Cristóvão Colombo também não foi considerado louco, porque acreditava existir um mundo além do Oceano? E quantos mais a História registra, desses loucos sublimes que fizeram avançar a humanidade, aos quais se tecem coroas, depois de se lhes ter atirado lama?
Bem! O Espiritismo, esta loucura do século XIX, segundo os que querem permanecer na praia terrestre, nos revela todo um mundo, mundo de importância muito maior para o homem que a América, pois nem todos os homens vão para a América, ao passo que todos, sem exceção vão para o mundo dos Espíritos, fazendo incessantes travessias de uma região para a outra.
Chegados ao ponto em que estamos, da Gênese, o materialismo se detém, ao passo que o Espiritismo prossegue suas pesquisas no domínio da Gênese espiritual.
Livro: A Gênese – Allan Kardec, Cap. X.
La korpa homo
26. – El la korpa, pure anatomia vidpunkto, la homo apartenas al la klaso de mamuloj, de kiuj li diferencas nur per kelkaj nuancoj eksteraĵaj. Koncerne la ceteron: sama consisto kiel ĉiuj bestoj, samaj organoj, samaj funkcioj, samaj procesoj de nutrado, spirado, sekreciado, reproduktiĝo. Li naskiĝas, vivas kaj mortas en samaj kondiĉoj, kaj, mortinte, li malkomponiĝas kiel ĉia vivantaĵo. Ne estas en lia sango, en lia karno, en liaj ostoj, eĉ unu atomo diferenca de tiuj, kiuj troviĝas en la korpo de la bestoj. Kiel ĉi tiuj, okaze de la morto li redonas al la tero la oksigenon, hidrogenon, azoton kaj karbonon, kiuj kombiniĝis por formi lin kaj kiuj, per novaj kombiniĝoj, formos aliajn novajn korpojn, mineralajn, vegetaĵajn kaj bestajn. Tiel granda estas la analogio, ke oni studas liajn organajn funkciojn ĉe certaj bestoj, kiam oni ne povas fari la koncernajn eksperimentojn rekte en li mem.
27. – Ĉe la klaso de mamuloj, la homo apartenas al la ordo de la dumanuloj. Tuj malsupre viciĝas la kvarmanuloj (bestoj kun kvar manoj), aŭ simioj, el kiuj unuj, kiel la orangutango, la ĉimpanzo, faras certajn homajn gestojn en tia maniero, ke oni dum longa tempo ilin nomis homoj de l’ arbaroj. Kiel la homoj, tiuj simioj paŝas rekte starantaj, tenas bastonojn, konstruas kabanojn kaj portas per la mano la manĝon al la buŝo: ja karakterizaj signoj.
28. – Kiel ajn supraĵe oni observas, el la vidpunkto de la organismo, la skalon de la vivaj estaĵoj, oni nepre rekonas, ke de la likeno ĝis la arbo, de la zoofito ĝis la homo, montriĝas ia ĉeno, kiu grade altiĝas, sen rompo de kontinueco, kaj kies ĉiu ĉenero havas punkton de kontakto kun la ĵus antaŭa ĉenero. Akompanante, paŝo post paŝo, la serion de la estaĵoj, oni dirus, ke ĉiu specio estas ia perfektiĝo, ia transformiĝo de la tuj malsupra specio. Ĉar la kondiĉoj de la homa korpo estas kemie kaj konstitucie identaj al tiuj de aliaj korpoj; ĉar ĝi naskiĝas, vivas kaj mortas sammaniere, ĝi do nepre estas formita en tiuj samaj kondiĉoj.
29. – Kiel ajn tio ofendas lian fieron, la homo devas rezignacie vidi en sia materia korpo nenion alian ol la lastan ĉeneron de la besta regno sur la Tero. En tio sidas la nefleksebla argumento de l’ faktoj, kontraŭ kiu restus vana ĉia protesto.
Sed ju malpli valoras la korpo en liaj okuloj, des pli kreskas laŭ graveco la spirita principo. Se la unua lin alniveligas al la bruto, la dua lin levas al nemezurebla alteco. Ni vidas la rondon, en kiu enfermiĝas la besto: ni ne vidas la limon atingeblan por la homa spirito.
30. – Materialismo povas el tio vidi, ke Spiritismo, tute ne timante la malkovrojn de la Scienco kaj ties pozitivismon, male ilin alfrontas kaj defias, ĉar ĝi estas certa, ke la spirita principo, kiu havas propran ekziston, neniom povas suferi de ili.
Spiritismo marŝas kune kun materialismo sur la kampo de la materio, akceptas ĉion, kion ĉi tiu akceptas; sed ĝi transpasas la punkton, kie ĉi tiu haltas. Spiritismo kaj materialismo estas kvazaŭ du vojaĝantoj, kiuj kune vojas, deirinte de la sama punkto; alveninte je certa distanco, unu diras: “Mi ne povas iri pli malproksimen”; la dua plu iras sian vojon kaj malkovras novan mondon. Kial do la unua diras, ke la dua frenezas, ĉar ĉi tiu, duonvidante novajn horizontojn, volas transpasi la limon, kie al la alia konvenas halti? Ĉu ankaŭ Kristoforo Kolumbo ne estis alnomata freneza, ĉar li kredis la ekziston de ia transoceana mondo? Kiom multe ne nombras la Historio da tiaj frenezuloj, kiuj antaŭenigis la homaron kaj al kiuj oni plektas kronojn post ol priĵeti ilin per koto?
Nu bone! Spiritismo, tiu frenezaĵo de la dek-naŭa jarcento laŭ la opinio de tiuj, kiuj volas resti ĉeborde, malkovras al ni tutan mondon, mondon multe pli gravan por la homo ol Ameriko, ĉar ne ĉiuj homoj iras Amerikon, sed ĉiuj senescepte iras la mondon de la Spiritoj, farante senĉesajn migradojn de unu al la alia.
Atinginte la punkton, kie ni troviĝas rilate al la Genezo, materialismo haltas, dum Spiritismo pluigas siajn esplorojn sur la kampo de la spirita Genezo.
Libro: La Genezo – Allan Kardec, ĉap. X.

Pasioj / Paixões

Pasioj
907. Ĉar la principo de pasioj troviĝas en la Naturo, ĉu tial ĝi estas malbona per si mem?
Ne; pasio kuŝas en eksceso ligita. kun la volo, ĉar tiu principo estas donita al la homo por la bono, kaj pasioj povas instigi lin al grandaj faroj; kio kaŭzas malbonon, tio estas la misuzo, kiun la homo faras, de pasioj.
908. Kiel difini la limon, ĉe kiu la pasioj ĉesas esti bonaj aŭ malbonaj?
Pasioj estas kiel ĉevalo, kiu estas utila, se ĝi estas regata, sed danĝera, se ĝi mem regas. Rekonu do, ke iu pasio fariĝas pereiga de post la momento, kiam vi jam ne povos ĝin estri kaj kiam ĝi rezultigas ion malutilan al vi aŭ aliulo.
La pasioj estas leviloj, kiuj dekobligas la fortojn de la homo kaj kiuj helpas lin plenumi la projektojn de la Providenco; sed, se, anstataŭ ilin direkti, la homo sin lasas direkti de ili, li do falas en ekscesojn, kaj la sama forto, kiu en liaj manoj povus naski bonon, refalas sur lin kaj lin frakasas.
Ĉiaj pasioj havas sian principon en iu sento aŭ natura bezono. La principo de pasioj estas do nenia malbono, ĉar ĝi kuŝas sur unu el la providencaj kondiĉoj de nia ekzistado.
La ĝustasenca pasio estas la trograndigo de iu bezono aŭ,sento; ĝi kuŝas en la eksceso, ne en la kaŭzo; kaj tiu eksceso fariĝas malbono, kiam ĝi rezultigas alian malbonon.
Ĉia pasio, alproksimiganta la homon al la besta naturo, deturnas lin de la spirita naturo.
Ĉia sento, altiganta la homon super la besta naturo, atestas la superecon de Spirito kontraŭ materio kaj lin alproksimigas al perfekteco.
909. Ĉu la homo ĉiam povus venki siajn malnoblajn inklinojn per siaj penoj mem?
Jes, kaj iafoje per tre malgrandaj penoj; tamen mankas al li volo. Ve! kiom malmultaj el vi faras tiujn penojn!
910. Ĉu la homo povas trovi ĉe la Spiritoj efikan helpon, por venki siajn pasiojn?
Se li sincere petas Dion kaj sian bonan genion, la bonaj Spiritoj certe venas helpi lin, ĉar tiu estas ilia misio.” (459)
911. Ĉu iuj pasioj ne estas tiel vivaj kaj nekontraŭeblaj, ke volo estas senpotenca por ilin regi?
Multaj homoj diras : Mi volas, sed volo estas nur sur iliaj lipoj; ili volas, sed ili tre ĝojas, ke tio ne okazas.
Se iu pensas, ke li ne povas superforti siajn pasiojn, tio okazas, ĉar la Spirito, pro sia malsupereco, trovas en ili plezuron. Kiu penas ilin bridi, tiu komprenas sian spiritan naturon; venki ilin estas por li venko de Spirito super materio.
912. Kiu estas la plej efika rimedo por kontraŭbatali la superregadon de la korpa naturo?
Abnegacii sin mem.
Libro: La Libro de la Spiritoj – Allan Kardec.
Paixões
907. O princípio das paixões sendo natural é mau em si mesmo?
Não. A paixão está no excesso provocado pela vontade, pois o princípio foi dado ao homem para o bem e as paixões podem conduzi-lo a grandes coisas. O abuso a que ele se entrega é que causa o mal.
908. Como definir o limite em que as paixões deixam de ser boas ou más?
As paixões são como um cavalo que é útil quando governado e perigoso quando governa. Reconhecei, pois, que uma paixão se torna perniciosa no momento em que a deixais de governar, e quando resulta num prejuízo qualquer para vós ou para outro.
As paixões são alavancas que decuplicam as forças do homem e o ajudam a cumprir os desígnios da Providência. Mas, se em vez de as dirigir, o homem se deixa dirigir por elas, cai no excesso e a própria força que em suas mãos poderia fazer o bem recai sobre ele e o esmaga.
Todas as paixões têm seu princípio num sentimento ou numa necessidade da Natureza. O princípio das paixões não é portanto um mal, pois repousa sobre uma das condições providenciais da nossa existência. A paixão propriamente dita é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento; está no excesso e não na causa; e esse excesso se torna mau quando tem por conseqüência algum mal.
Toda paixão que aproximou o homem da natureza animal distancia-o da natureza espiritual.
Todo sentimento que eleva o homem acima da natureza animal anuncia o predomínio do Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição.
909. O homem poderia sempre vencer as suas más tendências pelos seus próprios esforços?
Sim, e às vezes com pouco esforço; o que lhe falta é a vontade. Ah, como são poucos os que se esforçam!
910. O homem pode encontrar nos Espíritos uma ajuda eficaz para superar as paixões?
Se orar a Deus e ao seu bom gênio com sinceridade os bons Espíritos virão certamente em seu auxílio, porque essa é a sua missão. (Ver item 459).
911. Não existem paixões de tal maneira vivas e irresistíveis que a vontade seja impotente para as superar?
Há muitas pessoas que dizem: "Eu quero!" mas a vontade está apenas nos seus lábios. Elas querem mas estão muito satisfeitas de que não pode superar suas paixões é que o seu Espírito nelas se compraz por conseqüência de sua própria inferioridade. Aquele que procura reprimi-las compreende a sua natureza espiritual; vencê-las é para ele um triunfo do Espírito sobre a matéria.
912. Qual o meio mais eficaz de se combater a predominância da natureza corpórea?
Praticar a abnegação.
Livro: O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.

Sabedoria Todo Dia – 196

Amoleça o gênio e seja feliz.
Pessoas de gênio duro inflexíveis, exigentes não podem ser felizes.
O gênio forte e exigente é um obstáculo à felicidade, porque a felicidade, para assentar-se no coração, exige que se veja o comportamento alheio pelo lado da outra pessoa, e isso significa maleabilidade.
Estar pronto para ouvir opiniões divergentes, entender o que se passa no coração alheio é exigência básica da felicidade, é amor em operação, em atividade.
O mau gênio joga para longe a felicidade.
O gênio bom atrai a felicidade como um ímã atraia limalha.
Livro: Sabedoria Todo Dia.
Lourival Lopes.

Jesus Amigo! – Lourival Lopes

         Venho ligar-me ao Teu infinito amor em busca de melhoria para o meu estado espiritual. Reconheço que a Tua santa bênção pode transformar e aliviar qualquer um que, em Ti, buscar socorro. No meu caso, sinto que serei mais feliz se amar aos outros, relacionar-me melhor com eles, participar da vida deles, com maior compreensão, ser mais atento e menos egoísta. Mas, para viver em paz com os meus semelhantes, preciso haurir forças em Ti. Entendo que a ação amorosa deve partir de mim. Eles me entenderão e me amarão na conformidade que eu lhes der. E peço-Te, Jesus, a força para levar avante esta intenção. Abençoa estes propósitos que me aumentarão a paz interior e me colocarão no caminho da felicidade. Obrigado! Obrigado!
         Livro: Preces do Coração.
         Lourival Lopes.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Aparição de Jesus após a sua morte / Postmortaj aperoj de Jesuo.

Aparição de Jesus após a sua morte
56. Mas, Maria (Madalena) se conservou fora, perto do sepulcro, derramando lágrimas. E, enquanto chorava, inclinou-se para olhar dentro do sepulcro, e viu dois anjos vestidos de branco, sentados no lugar onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e o outro aos pés. Eles lhe disseram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “É que levaram o meu Senhor e eu não sei onde o puseram.” Tendo dito isto, ela se voltou, e viu Jesus de pé, sem saber, entretanto, que fosse ele. Então Jesus lhe disse: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Ela, pensando que fosse o jardineiro, falou: “Senhor, se tu o levaste, diz onde o puseste e eu irei buscá-lo.” Jesus, então, lhe disse: “Maria.” Ela voltou-se imediatamente e exclamou: “Rabboni!”, isto é, Meu Senhor. Jesus lhe respondeu: “Não me toques, porquanto ainda não subi para o meu Pai, mas vai encontrar meus irmãos e dize-lhes de minha parte que eu subo para o meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.” Maria Madalena foi então contar aos discípulos que vira o Senhor e que ele lhe dissera aquelas coisas. (João, XX: 11 a 18.)
61. As aparições de Jesus após a sua morte são narradas por todos os evangelistas com detalhes circunstanciados que não permitem que se duvide da realidade do fato. Essas aparições, aliás, são perfeitamente explica das pelas leis fluídicas e pelas propriedades do perispírito, e não apresentam nada de anormal com os fenômenos do mesmo gênero, dos quais a história antiga e contemporânea oferece numerosos exemplos, sem deles excetuar a tangibilidade. Se observarmos as circunstâncias em que ocorreram as diversas aparições de Jesus, reconheceremos nele, nesses momentos, todas as características de um ser fluídico. Ele aparece e desaparece inopinadamente; é visto por uns e por outros não, sob aparências que não o fazem ser reconhecido, mesmo por seus discípulos; ele se apresenta em recintos fechados, onde um corpo carnal não poderia penetrar; a sua própria linguagem não tem a vivacidade característica de um ser corpóreo; fala em tom breve e sentencioso, peculiar aos espíritos que se manifestam dessa maneira; numa palavra, todas as suas atitudes têm alguma coisa que não é do mundo terreno. A sua presença causa simultaneamente surpresa e medo; ao vê-lo, seus discípulos não lhe falam com a mesma liberdade; eles sentem que esse não é mais o homem.
Jesus, portanto, se mostrou com o seu corpo perispiritual, o que explica que só tenha sido visto por aqueles a quem ele quis se fazer ver. Se estivesse com o seu corpo carnal, seria visto pelo primeiro que chegasse, como quando estava vivo. Ignorando a causa primária do fenômeno das aparições, seus discípulos não se davam conta dessas particularidades que, provavelmente, não notavam. Eles viam Jesus e o tocavam, para eles aquele devia ser o seu corpo ressuscitado. (Cap. XIV, itens 14 e 35 a 38.)
62. Enquanto a incredulidade rejeita todos os fatos praticados por Jesus, tendo uma aparência sobrenatural, e os considera, sem exceção, como lendários, o Espiritismo dá uma explicação natural à maior parte desses fatos, e prova a sua possibilidade, não somente pela teoria das leis fluídicas, como pela sua identidade com fatos semelhantes produzidos por muitas pessoas nas condições mais comuns.
Por esses fatos serem, de certo modo, de domínio público, eles não provam nada, em princípio, com relação à natureza excepcional de Jesus.
63. O maior milagre que Jesus realizou, aquele que atesta verdadeiramente a sua superioridade, foi a revolução que os seus ensinamentos operaram no mundo, apesar da exigüidade dos seus meios de ação.
Com efeito, Jesus, obscuro, pobre, nascido na condição mais humilde, no meio de um pequeno povo quase ignorado e sem preponderância política, artística ou literária, não pregou mais que três anos; durante esse curto espaço de tempo é desconhecido e perseguido pelos seus concidadãos; caluniado e tratado de impostor; vê-se obrigado a fugir para não ser lapidado; é traído por um dos seus apóstolos, renegado por outro, abandonado por todos na hora em que cai nas mãos dos seus inimigos. Só fazia o bem, e isso não o colocava a salvo da malevolência, que voltava contra ele os próprios serviços que prestava. Condenado ao suplício reservado aos criminosos, morre ignorado pelo mundo, uma vez que a história daquela época se cala a seu respeito. Nada escreveu, entre tanto, ajudado por alguns homens obscuros como ele, sua palavra foi sufi ciente para regenerar o mundo; sua doutrina matou o paganismo onipotente e se tornou o farol da civilização. Tinha, pois, contra ele tudo o que pode fazer os homens fracassarem, razão pela qual dizemos que o triunfo da sua doutrina foi o maior dos seus milagres, ao mesmo tempo em que ela prova sua missão divina. Se, ao invés de princípios sociais e regeneradores, fundados sobre o futuro espiritual do homem, Jesus só tivesse para oferecer à posteridade alguns fatos maravilhosos, talvez apenas o conhecêssemos de nome nos dias de hoje.
Livro: A Gênese – Allan Kardec, cap. XV.
Postmortaj aperoj de Jesuo.
56. – Sed Maria (Magdalena) staris ekstere apud la tombo, plorante; kaj dum ŝi ploris, ŝi kliniĝis, kaj enrigardis en la tombon; – kaj ŝi vidis du anĝelojn en blankaj vestoj, sidantajn, unu ĉe la kaploko kaj unu ĉe la piedloko, kie la korpo de Jesuo antaŭe kuŝis. – Kaj ili diris al ŝi: Virino, kial vi ploras? Ŝi respondis: ĉar oni forprenis mian Sinjoron, kaj mi ne scias, kien oni lin metis. Dirinte tion, ŝi sin turnis malantaŭýen, kaj vidis Jesuon staranta, kaj ne sciis, ke ĝi estas Jesuo. – Jesuo diris ŝi: Virino, kial vi ploras? kiun vi serĉas? Ŝi, supozante, ke li estas la ĝardenisto, diris al li: Sinjoro, se vi forportis lin, sciigu min, kien vi metis lin, kaj mi lin forprenos. Jesuo diris al ŝi: Maria. Ŝi sin turnis, kaj diris al li Hebrelingve: Raboni; tio estas Majstro. – Jesuo diris al ŝi: Ne tuŝu min; ĉar mi ankoraŭ ne supreniris al la Patro; sed iru al miaj fratoj, kaj diru al ili: Mi supreniras al mia Patro kaj Via Patro, kaj al mia Dio kaj via Dio. Maria Magdalena venis al la disĉiploj, sciigante: Mi vidis la Sinjoron kaj ke li tion diris al ŝi. (Sankta Johano, ĉap. XX, par. 11 ĝis 18.)
61. – La postmortaj aperoj de Jesuo estas rakontitaj de ĉiuj evangeliistoj kun riĉeco de detaloj, kiuj allasas nenian dubon pri ilia fakta realeco. Cetere, ilin perfekte klarigas la leĝoj pri la fluidoj kaj la proprecoj de la perispirito, kaj nenion nenormalan ili prezentas rilate al samspecaj fenomenoj, kies historio, antikva kaj nuntempa, liveras multenombrajn ekzemplojn, ne mankigante eĉ ties palpeblecon. Se oni atentas la cirkonstancojn, kiuj akompanis liajn kelkajn aperojn, oni rekonos ĉe li, en tiuj okazoj, ĉiujn karakterojn de la fluideca estaĵo. Li neatendite ekaperas, kaj sammaniere malaperas; unuj lin vidas, sed aliaj ne, sub aspektoj, kiuj lin ne rekonigas eĉ al liaj disĉiploj; li sin montras en fermitaj lokoj, kien karna korpo ne povus penetri; al lia parolo mem mankas la vervo de la parolo de korphava estaĵo; iliaj esprimoj havas karakteron malmultvortan kaj sentencan, propran al la Spiritoj, kiuj sammaniere manifestiĝas; ĉiuj liaj teniĝoj, unuvorte, vidigas ion ne apartenantan al la surtera mondo. Lia ĉeesto kaŭzas samtempe surprizon kaj timon; vidante lin, liaj disĉiploj ne alparolas lin kun la iama libereco; ili sentas, ke li ne plu estas homo.
Jesuo do sin montris kun sia perispirita korpo, kio klarigas, ke lin vidis nur tiuj, al kiuj li volis sin videbligi. Se li portus sian karnan korpon, lin estus vidinta, kiel vivulon, tiu, kiu la unua lin renkontus. Ne konante la primaran kaŭzon de tiu fenomeno, nome la aperaĵoj, liaj disĉiploj ne rimarkis tiajn apartaĵojn, kiujn ili verŝajne ne atentis. Vidante Jesuon kaj lin tuŝante, ili certe kredis, ke tio estas lia reviviĝinta korpo. (Ĉap. XIV, n-roj 14, kaj 35 ĝis 38.)
62. – Dum la nekredemo repuŝas ĉiujn faktojn estigitajn de Jesuo pro ilia supernatura ŝajno, kaj ilin senescepte rigardas kiel legendajn, Spiritismo liveras naturan klarigon pri ilia pliparto. Ĝi pruvas ilian eblecon ne nur laŭ la teorio de la prifluidaj leĝoj sed ankaŭ laŭ ilia identeco kun analogaj faktoj estigitaj de sennombraj personoj en la plej ordinaraj kondiĉoj.
 La nuntempaj, sennombraj okazoj de resanigoj, aperoj, posedoj, duobla vidado kaj aliaj, raportitaj en la Revue Spirite kaj memoritaj ĉi-supre, liveras, eĉ koncerne detalojn, tiel frapantan analogecon kun tiuj raportitaj en la Evangelio, ke la simileco de kaŭzoj kaj efikoj montriĝas evidenta. Oni tial sin demandas, kial unu sama fakto fontus nuntempe el natura kaŭzo kaj iam havus kaŭzon supernaturan; kaŭzo diabla ĉe unuj kaj dia ĉe aliaj. Se estus eble ĉi tie kontraŭmeti unujn al la aliaj, pli facila estus la komparo, sed tion ne permesas ilia nombro nek la elvolvoj, kiujn la pliparto postulas. Pri li parolas, cetere tre malmulte, nur la historiisto Flavio Jozefo. Ĉar tiaj faktoj iel estas publike konataj, ili do principe pruvas nenion koncerne la esceptan naturon de Jesuo.
63. – La plej granda miraklo farita de Jesuo; tiu, kiu vere atestas lian superecon, estis la revolucio, kiun liaj instruoj naskis en la mondo, malgraŭ liaj tre limigitaj rimedoj de agado.
Efektive, Jesuo, obskura, malriĉa, naskita en plej humila kondiĉo ĉe malgranda popolo preskaŭ nekonata kaj sen ia politika, artisma aŭ literatura influo, nur tri jarojn predikas sian doktrinon; dum tiu mallonga tempo, li estas nekomprenata kaj persekutata de siaj samurbanoj, kalumniata kaj traktata kiel trompisto; por ne suferi ŝtonumadon li estas devigita fuĝi; unu el liaj apostolo lin perfidas, alia lin forneas, kaj ĉiuj lin forlasas, kiam li falas en la manojn de siaj malamikoj. Li nur faradis bonon, kaj tio ne ŝirmis lin de la malbonvolemo, kiu kontraŭ li akuzocele turnis liajn servojn mem. Kondamnite al turmento destinata nur por krimuloj, li mortas, kaj la mondo ĝin ne scias, ĉar la tiama Historio nenion diras pri li. Li nenion skribis; tamen, kun la helpo de kelkaj homoj tiel obskuraj kiel li, lia parolo estis sufiĉa por regeneri la mondon; lia doktrino mortigis la ĉiopovan paganismon kaj fariĝis la torĉo de la civilizacio. Li havis kontraŭ si ĉion, kio povas fiaskigi la homojn, pro kio ni asertas, ke la triumfo de lia doktrino estis la plej granda el liaj mirakloj kaj samtempe pruvas la dian originon de lia misio. Se, anstataŭ sociaj, regeneraj principoj, fonditaj sur la spirita estonteco de la homo, li nur postlasus kelkajn miregindajn faktojn al la posteularo, eble oni hodiaŭ apenaŭ konus lin laŭnome.
Libro: La Genezo – Allan Kardec, ĉap. XV.