sábado, 21 de junho de 2014

ORAÇÃO DO DINHEIRO - MEIMEI.

Senhor!
No concerto das forças que te desejam honrar, eu também sou teu servo.
Por me atribuíres o dever de premiar o suor e sustentar o bem, como recurso neutro de aquisição, ando, entre as criaturas, freqüentemente, em regime de cativeiro.
Muitas delas me escravizam para que eu lhes compre ilusões e mentiras, prazeres e consciências.
Noto com mais nitidez minha própria tarefa, cada vez que escuto alguém chorar no caminho, entretanto, quase sempre, estou preso...
Que fiz eu Senhor, para viver encarcerado no sombrio recinto do cofre, como seu eu fora um cadáver importante no esquife trancado da inércia?
Ensina aos que me guardam sem proveito que sou o sangue do trabalho e do progresso, da caridade e da cultura e ajuda-os para que me liberte.
Quase todos eles procuram estar comigo, através da oração, nos templos que abraçam.
Dize-lhes na prece que sou a esperança do lar sem lume. Fala-lhes que posso ser o conforto das mães esquecidas, o arrimo dos companheiros caídos em provação, o leite devido aos pequeninos de estômago atormentado, o remédio ao enfermo e o lençol generoso e limpo dos que avizinham do túmulo.
Um dia, alguém te apresentou moeda humilde, empenhada ao imposto público para que algo dissesse e recomendou fosse dado a César o que é de César.
Muito, porém, não perceberam que te reportavas ao tributo e não a mim e, julgando que a tua palavra me condenasse, lançaram-me ao desprezo... Não ignoras, contudo, que nasci para fazer o melhor e esteja eu vestido de ouro ou de simples papel, sabes, Senhor, que eu também sou de Deus.
Livro: Ideal Espírita.
Espíritos Diversos
Chico Xavier e Waldo Vieira.

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