domingo, 13 de setembro de 2015

Dos homens duplos e das aparições de Pessoas Vivas.

Dos homens duplos e das aparições de Pessoas Vivas.
É um fato hoje constatado, e perfeitamente explicado, que o Espírito, se isolando de um corpo vivo, pode, com a ajuda de seu envoltório fluídico perispiritual, aparecer em um outro lugar do que aquele em que o seu corpo material está; mas, até o presente, a teoria, de acordo com a experiência, parece demonstrar que essa separação não pode ocorrer senão durante o sono, ou pelo menos durante a inatividade dos sentidos corpóreos. Os fatos seguintes, se forem exatos, provariam que ela pode se produzir igualmente no estado de vigília. São extratos da obra alemã: Os fenômenos místicos da vida humana, por Maximilien Perty, professor na Universidade de Berna, publicado em 1861. (Leipzig e Heidelberg.)
1. "Um proprietário do campo foi visto pelo seu cocheiro no estábulo, os olhares voltados para os animais, no momento em que estava comungando na igreja. Ele contou mais tarde ao seu pastor, que lhe perguntou em que pensava no momento da comunhão. – Mas, respondeu ele, se devo dizer a verdade, eu pensava em meus animais. – Eis a vossa aparição explicada, replicou o eclesiástico."
O padre estava com a verdade, porque sendo o pensamento um atributo essencial do Espírito, este deve se encontrar onde leva o seu pensamento. A questão é de saber se, no estado de vigília, o desligamento do Espírito pode ser bastante grande para produzir uma aparição, o que implicaria numa espécie de desdobramento do Espírito, do qual uma parte animaria o corpo fluídico e a outra o corpo material. Isto nada te ria de impossível considerando-se que, quando o pensamento se concentra sobre um ponto distante, o corpo não age mais do que maquinalmente, por uma espécie de impulso mecânico, o que ocorre sobretudo nas pessoas distraídas; não está animado senão da vida m aterial; a vida espiritual segue o Espírito. É, pois, provável que o homem em questão experimentara nesse momento uma forte distração, e que os seus animais o preocupavam mais do que a sua comunhão.
O fato seguinte entra nessa categoria, mas apresenta uma particularidade mais notável.
2. - "O juiz de cantão, J... em Fr..., enviou, um dia, seu empregado a uma aldeia dos arredores. Depois de um certo lapso de tempo, viu -o entrar, pegar um livro no armário e folheá-lo. Perguntou-lhe bruscamente por que não partira ainda; a essas palavras o empregado desapareceu; o livro caiu por terra, e o juiz o colocou aberto sobre uma mesa, como caíra. À noite, quando o empregado veio de retorno, o juiz lhe perguntou se nada lhe ocorrera no caminho, se ele retornara ao aposento onde ele se encontrava neste momento. – Não, respondeu o empregado; percorri o caminho com um dos meus amigos; atravessando a floresta, tivemos uma discussão a propósito de uma planta que encontráramos, e eu dizia que se estivesse em casa, ser-me-ia fácil mostrar a página de Lineu que me daria razão. – Era justamente esse livro que estava aberto na página indicada. ”
Veja esses e outros relatos no livro abaixo.
Livro: Obras Póstumas – Allan Kardec.

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