quarta-feira, 28 de maio de 2014

DEIXANDO A MATÉRIA - Miramez

0308/LE
Ao deixar a veste de carne, o Espírito se recorda de alguns fatos do passado ou, por vezes, de outras reencarnações, porém, não são todos os Espíritos que podem recordar: isso acontece somente quando tem utilidade para o seu esclarecimento espiritual.
A reencarnação, tanto quanto a desencarnação, são assistidas por benfeitores espirituais, com capacidade assegurada no amor, para saberem do que precisa o desencarnante, e quais as experiências que deve ter como lições proveitosas para a sua paz.
O Espírito evoluído, como dissemos, aciona a sua vontade, quando necessário, vai ao passado, quando esse lhe é útil, e recorda vida e vidas, no afã de buscar o que deve ser feito no porvir.
A reencarnação é uma lei natural em todos os mundos habitados, como sendo trocas de ambientes, no sentido de o Espírito renovar-se, aceitando e vivendo os preceitos de Jesus Cristo.
Mesmo aqueles que precisam recordar o passado não o fazem de maneira absoluta. Para exemplo, vamos lembrar um ditado popular que assim diz: “Para quem sabe ler, um pingo é letra.” Para que um Espírito evoluído vai gastar tempo em se lembrar de todas as particularidades de vidas passadas? Somente os principais fatos lhe interessam. Há muitas e muitas existências que deve elidir, por não haver necessidade de tais lembranças e ele deixa que elas se percam nas noites do esquecimento, como relata o Livro dos Espíritos.
O Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo é uma universidade no presente. Conhecendo-o e praticando as suas lições de luz, pouco vale a recordação do passado; interessa andar para frente, sob a inspiração do Mestre. Existe nos conceitos de Jesus uma fonte eterna, que cura todos os males, que ensina todas as ciências, que se chama Amor.
Procuremos pensar no amor e descobrir aquele que o Cristo ensinou e viveu, que nele e por ele os dons desabrocharão como flor de luz, a nos mostrar todos os caminhos para a felicidade. A Doutrina Espírita vem fazer o homem se lembrar da necessidade de descobrir a si mesmo, e procurar viver na cidade do coração.
O que devemos fazer é não nos perturbarmos no momento de deixar as vestes carnais, porque é realmente uma troca de vestes, qual se faz quando encarnado, com as vestes de tecido. Mas, verdadeiramente, somente o amor pode nos dar segurança nos momentos de trocar essas vestes pelas vestes espirituais.
Entreguemos a Deus o que deve vir em nosso socorro. Ele sabe se precisamos de recordações do passado, e como nos entregá-las com docilidade, como sendo lições de luz para os nossos caminhos de trevas. Forçar a natureza que desconhecemos é impulso da ignorância. Devemos postergar tais atitudes, favorecendo, assim, as mãos divinas para nos guiar com segurança.
A curiosidade de recordações pode nos vedar a esperança do porvir. Deixemos nascer o Cristo em nós pelo amor, que seremos salvos de todas as investidas dos desacertos.
Livro: Filosofia Espírita – Volume VII
Miramez / João Nunes Maia.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
308. O Espírito se recorda de todas as existências que precederam a que acaba de ter?
Todo o seu passado se lhe desdobra à vista, quais a um viajor os trechos do caminho que percorreu. Mas, como já dissemos, não se recorda, de modo absoluto, de todos os seus atos. Lembra-se destes conformemente à influência que tiveram na criação do seu estado atual. Quanto às primeiras existências, as que se podem considerar a infância do Espírito, essas se perdem no vago e desaparecem na noite do esquecimento.

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